USO DO LABORATÓRIO DE FÍSICA NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Autores: S Ten Sant'Anna
Quarta, 16 Julho 2025
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Este trabalho tem como escopo apresentar um estudo, sobre a utilização do laboratório de Física para despertar o interesse dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, por esta disciplina, preparando-os à aprendizagem dos conteúdos a serem ministrados no Ensino Médio, para desconstruir a aversão dos alunos ao estudo de Física. Quanto mais cedo houver contato com os conceitos e experimentos oferecidos por essa disciplina, mais fácil será sua aceitação, seu desenvolvimento e quanto mais diversificados forem os métodos para esclarecer os fenômenos da natureza menor poderá ser sua rejeição ao entrar no Ensino Médio.

Ao chegar ao 9º ano do Ensino Fundamental, o aluno tem os primeiros contatos com o ensino de Física, onde, nos anos anteriores, a disciplina de Ciências Naturais se ocupa basicamente com Biologia. Com isso, não há o despertar do interesse pelos fenômenos físicos que ocorrem no cotidiano desse aluno.

Alguns dos objetivos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o segundo segmento do ensino fundamental, no eixo das Ciências da Natureza e suas Tecnologias, não são observados pelos alunos que completam esta etapa e chega ao Ensino Médio, desprovido de tais competências, pois, ele não observa, não questiona e não consegue formular soluções alternativas para os problemas que exigem tais competências.

Entendo que são necessárias intervenções que abordem situações-problema, e que tenham como características principais, a inserção de temas no contexto vivido cotidianamente pelo aluno e que leve em conta seus conhecimentos prévios como base para novos conceitos, de modo a reverter esse processo, aprimorando no aluno a capacidade de identificar, analisar e apresentar soluções para problemas propostos, aplicando conceitos de Física.

Espero que na educação básica o aluno seja, não somente capaz de resolver problemas, mas efetue com visão crítica, apresentando postura ativa e base conceitual sólida em conhecimentos tecnológicos aplicáveis em sua área de trabalho. Neste contexto, a capacidade de observação e argumentação crítica, com o engajamento na autoaprendizagem são competências inclusive apreciadas pelo mercado de trabalho. O desenvolvimento do pensamento crítico do aluno depende não somente da resolução mecânica de problemas com memorização e treinamento, mas também do estímulo à argumentação e à autonomia de aprendizagem, o que pode ser incentivado por espaços de discussão. Esta última característica é notoriamente pouco explorada em sala de aula, sobretudo em disciplinas de cunho científico, como a Física.

As aulas expositivas tradicionais predominam amplamente nas instituições de ensino que oferecem Ensino Fundamental e Ensino Médio, tanto públicas quanto particulares. Há pouca evidência de que haja iniciativas nessas instituições para a introdução de novos métodos de ensino, como, por exemplo, aulas com apresentação de experimentos que estimulem e despertem o interesse dos alunos pelo mundo da Física. Nas aulas expositivas, podemos dizer que a informação é transferida do livro para o caderno do aluno e na maior parte dos casos de forma passiva, sem uma reflexão mais profunda sobre o conteúdo em questão.

Para que o aluno aprenda, o professor tem que dominar o conteúdo específico da disciplina, ter sólido conhecimento de didática, de psicologia da educação, de currículo, que domine a pedagogia específica para ensinar e tenha habilidade para demonstrar a aplicação dos conceitos no cotidiano do aluno do 9º ano, para que este perceba que os conceitos físicos são aplicados a todo o momento de suas vidas.

Após pesquisas realizadas nas turmas do 9º ano do EF do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB) e da Escola Municipal CIEP Operário Vicente Mariano, ambas escolas no Rio de Janeiro (RJ), em laboratório didático da disciplina de Física, utilizando uma estratégia metodológica, como uma ferramenta mediadora entre o aluno e o professor, com a finalidade de melhorar a assimilação dos conteúdos, fazendo com que o aluno seja capaz de adquirir o conhecimento por meio da utilização dos experimentos, com ganhos pedagógicos com o uso destes recursos didáticos para um melhor entendimento da aplicação dos conceitos da disciplina.

Como os conceitos de Física estão presentes no cotidiano do aluno, seus conteúdos precisam ter suas curiosidades e os interesses investigativos despertados, para poder produzir suas próprias conclusões; abolindo a ideia de que a Física é uma disciplina apenas cheia de leis e exercícios repetitivos, sem que se compreenda o significado da sua aplicação. O cerne da proposta do laboratório didático de Física é que o aluno possa ter um ambiente escolar que produza questionamentos e situações de cunho significativo e consistente, para o entendimento dos assuntos por parte do aluno, e amplie as possibilidades didáticas do professor.

Os últimos temas a serem trabalhados ao final do Ensino Fundamental (EF), segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), são Tecnologia e Sociedade e estes temas estão mais ligados aos fenômenos físicos do nosso planeta tornando de suma importância que durante o 9º ano do EF, o ensino de Física deve ser apresentado de forma prática, lúdica e dinâmica, pois o formato da apresentação dos conceitos em um meio experimental é crucial para o êxito dos estudantes nos primeiros semestres do EM, onde o currículo torna-se mais exigente.

A escola com um Laboratório de Física tem a oportunidade de testar todos os modelos apresentados na teoria em sala de aula, por esse motivo que é imperioso que este instrumento didático seja usado porque ligará todo o conteúdo aprendido com a sua prática.


 


Laboratório de Física CBNB. Looping Simples CBNB.

 

As escolas apresentam várias dificuldades para a instalação e a prática das aulas no laboratório didático de Física, tais como: falta de estrutura física da escola para a instalação do laboratório, de recursos financeiros para a aquisição de equipamentos e insumos; de treinamento dos professores para a utilização adequada dos experimentos; mão de obra qualificada para realizar reparos nos experimentos; com turmas de grande quantidade de alunos; carga horária inadequada e horários reduzidos, entre outros. Estes obstáculos podem e devem ser superados para que o aluno possa usufruir e desenvolver habilidades no campo experimental.

O resultado da pesquisa mostrou que a utilização do Laboratório é fundamental para o entendimento e a visualização dos conceitos teóricos ministrados em sala de aula.

Foi possível perceber a motivação dos alunos, durante a execução dos experimentos, pois puderam refletir e observar vários fenômenos físicos que ocorrem no seu dia a dia, passaram a observar o quanto a disciplina de Física é interessante, o que comprova que o objetivo foi alcançado, ou seja, motivar esses alunos a estudar Física por meio da utilização do Laboratório Didático de Física.

A título de sugestão para as aulas de Física, há de se pensar em um ensino mais prático, experimental dinâmico. Pois realça a realidade do aluno e do professor, que são os protagonistas do processo de ensino-aprendizagem. O uso de experimentos de Física, em sala de aula ou em local apropriado (laboratório), não é novidade e é encontrada em várias literaturas, em vários trabalhos científicos, onde a aprendizagem é facilitada quando se ensina a Física dentro de um contexto bem próximo da realidade do aluno.

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