Os 80 anos do embarque da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália e o seu preparo para a guerra

Autores: Cel André Dias
Segunda, 01 Julho 2024
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A declaração de guerra e a criação da FEB

O Brasil declarou guerra ao Eixo1 em 22 de agosto de 1942, como consequência da sua posição geográfica na estrutura de defesa do Hemisfério Ocidental, pela oportunidade de modernização de suas Forças Armadas e estrutura industrial, possibilitada pela aliança com os Estados Unidos da América (EUA), e motivado por interesses políticos de projeção internacional do País no concerto das nações. Ainda e sobretudo, impulsionado pelo clamor popular de indignação, resposta contundente do povo brasileiro à vil agressão de suas embarcações por submarinos ítalo-germânicos na costa atlântica. A guerra havia de fato chegado, trazendo a morte de inocentes2 e prejuízos à economia nacional3.

Em agosto de 1943, é criada a FEB, inicialmente dimensionada para 100 mil integrantes, mas que ao final se organizou em 25.334 componentes, tendo por base a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE). Possuir uma estrutura de guerra dessa proporção representaria para o Exército Brasileiro, do início dos anos 1940, um verdadeiro salto de qualidade, com a consequente aquisição de capacidades importantes para a dissuasão e a salvaguarda da soberania.

O término da mobilização e o preparo para a guerra no Brasil

A formação do contingente da FEB exigiu considerável esforço nacional. Naquele momento, o Brasil era um país essencialmente agrário, com baixo nível educacional, precária situação de saúde e deficiente infraestrutura de integração. Além disso, formar uma divisão ao estilo das existentes no exército dos EUA representou um grande desafio, trazendo incrementos quantitativos e qualitativos relacionados às novas e diferentes funções e estruturas a serem criadas e ocupadas por pessoal especializado. Somam-se a isso os elevados parâmetros de saúde para compor o efetivo expedicionário.

Como resultado, somente na segunda quinzena de março de 1944, foi concluída a mobilização da 1ª DIE no Rio de Janeiro. A partir de então, pôde o General de Divisão Mascarenhas de Moraes4 iniciar o treinamento da tropa, com muito pouco tempo disponível, considerando a proximidade do embarque para a Itália. Naquele momento, identificou-se como o principal óbice a necessidade de realizar a transição da doutrina militar francesa5 para a congênere americana, a ser utilizada na guerra, dispondo de todos os manuais de campanha (regulamentos de instrução e emprego) e materiais de emprego militar (MEM) correspondentes.

Apesar de algumas diferenças de abordagem, a doutrina militar francesa exercia grande influência sobre a americana, principalmente no que concerne aos aspectos táticos a serem empregados na Campanha da Itália. Em consequência, se estivessem mais bem arraigados à tropa brasileira do pré-guerra, esses ensinamentos doutrinários franceses teriam contribuído de forma mais proficiente para o desempenho da expedição, sobretudo na fase inicial da guerra. Historicamente comprovado, quão mais profissional for um exército, em particular, seus oficiais e graduados, mais acelerado será qualquer processo de adaptação a uma nova percepção de emprego em combate.

Os MEM norte-americanos foram planejados para suprir as tropas brasileiras somente na Europa, havendo sido enviado ao Brasil apenas uma pequena e incompleta amostra. Levou um certo tempo a tradução de todos os manuais, concluída por um grupo dedicado de oficiais brasileiros, assim como a sua edição e distribuição. Essa dificuldade foi em parte vencida pela ação de numerosos outros oficiais que, havendo estagiado no exército dos EUA, facilitaram bastante a tarefa inicial de adestrar os expedicionários.

Do embarque para a Europa à entrada em combate

O embarque da FEB se deu em cinco escalões. O primeiro deles, com o 6º Regimento de Infantaria (6º RI), saiu do Rio de Janeiro em 2 de julho de 1944 e chegou a Nápoles em 16 de julho. O grosso da 1ª DIE, transportado nos 2º e 3º Escalões de Embarque e integrado pelos 1º e 11º Regimentos de Infantaria (1º RI e 11º RI), alcançou a Itália em 6 de outubro do mesmo ano. Já os 4º e 5º Escalões, com os recompletamentos do Depósito de Pessoal, aportaram em solo europeu em 7 de dezembro de 1944 e em 22 de fevereiro de 1945.

O 6º RI, base do 1º Escalão da 1ª DIE, denominado Destacamento FEB, seguiu para a região de Tarquinia em julho de 1944, a fim de receber o material de combate. Cerca de um mês depois, concentrou-se na localidade de Valda, onde o exército dos EUA havia construído um completo centro de treinamento. Em 23 de agosto, iniciou a fase de adestramento final, cumprindo um planejamento de três semanas de duração, composto por módulos de combate que comtemplavam todos os escalões até o nível batalhão.

Como último evento desse programa de instrução, foi realizado um exercício de simulação de combate, no qual mais de 4 mil expedicionários foram avaliados por cerca de 270 árbitros do IV Corpo de Exército dos EUA6, durante 36 horas ininterruptas, utilizando abundante munição real. Ao final, o contingente foi certificado e considerado apto para o emprego pelo General Mark Clark7. Complementarmente e objetivando a ambientação para o combate, diversos oficiais e praças estagiaram em unidades americanas na linha de frente.

Sorte diferente teve o grosso da 1ª DIE, cujo material foi entregue um mês e meio depois de sua chegada. A necessidade imperiosa de deslocamento para a frente do vale do Reno acarretou um adestramento incompleto, com etapas suprimidas e repercussões negativas por ocasião dos primeiros embates contra os alemães. Ainda assim, foi possível a alguns oficiais e praças estagiarem no Destacamento FEB e em tropas de artilharia dos EUA, vivenciando as primeiras impressões da guerra e diminuindo os prejuízos na instrução.

Nesse contexto, revestiu-se de singular relevância a tarefa de preencher as eventuais baixas na linha de frente com militares o mais bem preparados possível. Apesar de os 4º e 5º Escalões de Embarque haverem chegado à Itália extremamente mal adestrados, o seu treinamento transcorreu de forma satisfatória, sob a supervisão competente do Coronel Mário Travassos e a colaboração imprescindível do Comando do V Exército. Cabe destacar que a equipe encarregada dessa tarefa foi capacitada em centros de instrução do exército dos EUA e mostrou-se efetiva na capacitação dos expedicionários em todas as qualificações e para todos os fins.

As limitações do preparo da FEB no Brasil e na Itália foram, em alguma medida, superadas com aquisição homogênea da experiência em combate e devido ao incremento dos treinamentos em quaisquer intervalos do serviço de campanha na linha de frente, em particular no período de estagnação, durante o rigoroso inverno europeu. Apesar de grande parte dos pracinhas jamais haver experimentado situações de conflito, alguns foram veteranos da Revolta Paulista de 1924, das Revoluções de 1930 e Constitucionalista de 1932, assim como da Intentona Comunista de 1935.

O legado da FEB e o valor do permanente preparo

O envio da FEB para a Europa evidenciou uma certa dissonância entre a ambição política e a realidade nacional. Com o início dos treinamentos, identificou-se falhas estruturais no processo de preparo da tropa, em vigor desde o período do pré-guerra, com potencial para comprometer o emprego das forças, mas que foram parcialmente solucionadas a curto prazo. Nesse processo, o valor intrínseco do combatente brasileiro, inúmeras vezes destacado8, e a ação proativa das lideranças expedicionárias fizeram a diferença.

O legado da FEB reforça, de maneira inequívoca, a importância do permanente preparo do Exército Brasileiro para o cumprimento de suas missões constitucionais. Tal objetivo pode ser alcançado pelo somatório sinérgico de alguns importantes fatores. Por exemplo, por meio do encerramento exitoso de cada ciclo anual de instrução militar nos corpos de tropa, somado a regular capacitação do efetivo profissional, no País e no exterior. Analogamente, pela manutenção de considerável parcela da Força Terrestre, em constante estado de prontidão, bem como pelas trocas de experiências, intercâmbios doutrinários e atividades de adestramento combinado, envolvendo contingentes brasileiros e de forças armadas de nações amigas, consideradas referência em termos de organização, treinamento e operacionalidade.

Si vis pacem, para bellum9.

1 Eixo foi o termo utilizado para definir a coligação criada entre a Alemanha nazista e a Itália fascista da 2ª Guerra Mundial. Posteriormente, o Império do Japão se juntou a eles.

2 Morreram mais de 700 náufragos em menos de um ano de ataques de submarinos alemães e italianos a embarcações brasileiras mercantes e de transporte de pessoas.

3 A economia brasileira era dependente em demasia da navegação de cabotagem pelo litoral do País.

4 Nomeado Comandante da 1ª DIE em 28 de dezembro de 1943.

5 A Missão Milar Francesa de Instrução no Brasil teve por propósito modernizar o Exército Brasileiro. Iniciou seus trabalhos em 1920, havendo atuado por mais de 20 anos na reorganização de estabelecimentos de ensino e na orientação geral à Instituição, em busca de um maior nível de profissionalização e efetividade. A doutrina militar francesa foi substituída pela do Exército dos EUA, por ocasião do preparo da FEB para a 2ª Guerra Mundial.

6 Grande Comando Operacional o qual ficou subordinada a 1ª DIE.

7 Comandante do V Exército dos EUA.

8 A inteligência, a capacidade de superação, o destacado preparo físico e a determinação de vencer foram, dentre outros, atributos bastante observados no pracinha brasileiro durante seu preparo e emprego na 2ª Guerra Mundial. Isso consta, inclusive, dos relatórios dos oficiais do exército dos EUA que integravam o denominado Brazilian Liaison Detachment – BLD (Destacamento de Ligação Brasileiro).

9 Frase de Flavius Vegetius, escritor romano do século IV: “se quer a paz, prepare-se para a guerra”.

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Texto esclarecedor e envolvente pautado em fatos que marcaram a história mundial, demonstrando assim o valor do nosso Exército de Caxias.

Parabéns Cel, artigo muito bem escrito e resumido; para mim a leitura foi uma oportunidade importante para refletir sobre o papel significativo que o Brasil desempenhou na Segunda Guerra Mundial.

Comemorar essa data não apenas honra a memória dos soldados brasileiros que lutaram bravamente na Europa, mas também destaca a importância estratégica e diplomática que o Brasil assumiu durante aquele período crucial da história mundial. Além disso, o artigo destacou, de forma brilhante, como a participação na Segunda Guerra Mundial influenciou o desenvolvimento nacional e fortaleceu a identidade nacional brasileira.

É um tema que ressalta a coragem e o sacrifício dos soldados brasileiros, ao mesmo tempo em que oferece uma oportunidade para examinar os impactos de longo prazo dessa participação na sociedade brasileira e nas relações internacionais do país.

Recomendo muito a leitura.

Parabéns pelo artigo Coronel, o mesmo retrata com profundidade e sensibilidade o significado histórico do embarque da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália, e sua preparação para atuação na Segunda Guerra Mundial. Este momento crucial na nossa história não apenas demonstra o comprometimento do Brasil com a defesa da liberdade e da justiça global, mas também evidencia a coragem e o sacrifício dos nossos soldados que, longe de casa, lutaram com bravura por um ideal maior.

O artigo nos lembra da importância de se preservar e celebrar nossa história militar com a devida reverência e gratidão.

Os feitos da FEB merecem e deverão ser lembrados, sempre! Os valores que defenderam há 80 anos nos movem até os dias de hoje. Excelente  abordagem! Parabéns! "A cobra fumou!"

“Si vis pacem, para bellum” é um provérbio em latim. traduzido como "se quiser paz, prepare-se para a guerra”. Essa frase é atribuída ao filósofo romano Flávio Vegecio Renato, autor do tratado militar “Epitoma Rei Militaris”, segundo essa filosofia, a guerra é uma parte inevitável da vida e a paz só pode ser alcançada através da superioridade militar, ou seja, seu poder de fogo. A guerra tem dois objetivos, proteção dos interesses do Estado e garantia da estabilidade e segurança. Levando em consideração que a negligência na preparação militar pode levar à vulnerabilidade e à perda da paz.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB), apelidada de “Cobras Fumantes”, nome dado a eles, por seus adversários, de forma pejorativa, diziam que: “É mais fácil uma cobra fumar do que a FEB ir para a guerra”, no qual houve controversos a partir do momento em que eles entraram, de fato, para a guerra, tornando essa frase um símbolo de bravura e hombridade em seus ombros no campo de batalha. Contavam com cerca de 25,9 mil militares, incluindo uma divisão de infantaria completa. Estavam sob o comando dos Estados Unidos e lutaram principalmente na libertação da Itália de setembro de 1944 a maio de 1945, enquanto a Marinha e a Força Aérea participaram da Batalha do Atlântico de meados de 1942 até o final da guerra.

A FEB operou em nível de pelotão, presenciando combates pesados na Linha Gótica e durante a ofensiva final de 1945. Ao final da guerra, foram feitos 20.573 prisioneiros do Eixo, incluindo dois generais e aproximadamente 900 oficiais. O Brasil saiu vitorioso na guerra ao lado dos Aliados: Inglaterra, França e Estados Unidos, em meados de 8 de maio de 45. Ao final, 478 pracinhas morreram em combate, sendo sepultados no cemitério de Pistóia, na Itália. A FEB enfrentou várias adversidades e dificuldades na preparação pois não estavam preparados para a guerra, devido à falta de material moderno de guerra e à necessidade de reorganizar a estrutura militar brasileira. Não tinham equipamentos adequados como armamentos e uniformes, tiveram que usar uniformes americanos, o que exigiu uma rápida adaptação.

Mesmo com todas as dificuldades, serviu com distinção em diversas batalhas, principalmente em Collecchio, Camaiore, Monte Prano e Vale do Serchio. A Marinha e a Força Aérea do Brasil desempenharam papéis importantes na proteção da navegação aliada e na paralisação do poder marítimo do Eixo, mesmo estando em desvantagem em relação as munições, suprimentos e infraestruturas inimigas.

Portando, no fim, o impossível foi feito, a cobra fumou.

Al: Castelo Branco / Andrades N°: 37760 / 27320 T: 303

 “Si vis pacem, para bellum” é um provérbio em latim. traduzido como "se quiser paz, prepare-se para a guerra”. Essa frase é atribuída ao filósofo romano Flávio Vegecio Renato, autor do tratado militar “Epitoma Rei Militaris”, segundo essa filosofia, a guerra é uma parte inevitável da vida e a paz só pode ser alcançada através da superioridade militar, ou seja, seu poder de fogo. A guerra tem dois objetivos, proteção dos interesses do Estado e garantia da estabilidade e segurança. Levando em consideração que a negligência na preparação militar pode levar à vulnerabilidade e à perda da paz.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB), apelidada de “Cobras Fumantes”, nome dado a eles, por seus adversários, de forma pejorativa, diziam que: “É mais fácil uma cobra fumar do que a FEB ir para a guerra”, no qual houve controversos a partir do momento em que eles entraram, de fato, para a guerra, tornando essa frase um símbolo de bravura e hombridade em seus ombros no campo de batalha. Contavam com cerca de 25,9 mil militares, incluindo uma divisão de infantaria completa. Estavam sob o comando dos Estados Unidos e lutaram principalmente na libertação da Itália de setembro de 1944 a maio de 1945, enquanto a Marinha e a Força Aérea participaram da Batalha do Atlântico de meados de 1942 até o final da guerra.

A FEB operou em nível de pelotão, presenciando combates pesados na Linha Gótica e durante a ofensiva final de 1945. Ao final da guerra, foram feitos 20.573 prisioneiros do Eixo, incluindo dois generais e aproximadamente 900 oficiais. O Brasil saiu vitorioso na guerra ao lado dos Aliados: Inglaterra, França e Estados Unidos, em meados de 8 de maio de 45. Ao final, 478 pracinhas morreram em combate, sendo sepultados no cemitério de Pistóia, na Itália. A FEB enfrentou várias adversidades e dificuldades na preparação pois não estavam preparados para a guerra, devido à falta de material moderno de guerra e à necessidade de reorganizar a estrutura militar brasileira. Não tinham equipamentos adequados como armamentos e uniformes, tiveram que usar uniformes americanos, o que exigiu uma rápida adaptação.

Mesmo com todas as dificuldades, serviu com distinção em diversas batalhas, principalmente em Collecchio, Camaiore, Monte Prano e Vale do Serchio. A Marinha e a Força Aérea do Brasil desempenharam papéis importantes na proteção da navegação aliada e na paralisação do poder marítimo do Eixo, mesmo estando em desvantagem em relação as munições, suprimentos e infraestruturas inimigas.

Portando, no fim, o impossível foi feito, a cobra fumou.

Al: Castelo Branco / Andrades N°: 37760 / 27320 T: 303  

Apesar de a Força Expedicionária Brasileira (FEB) ter sido um elemento minoritário durante a Segunda Guerra Mundial, certamente trouxe consequências interessantes. Ela foi, em primeiro lugar, uma afirmação do posicionamento brasileiro a respeito dos acontecimentos na Europa, permitindo, assim, uma maior conexão entre a nação brasileira e outras que compartilhavam valores semelhantes. Por outro lado, foi através da FEB que o Brasil pode avaliar objetivamente a qualidade de suas Forças Armadas, aprendendo e incorporando tecnologias e conhecimentos estrangeiros.

Reflexões do tipo inevitavelmente retomam a ideia contida na expressão "se queres paz, prepara-te para a guerra". Talvez contraditoriamente, é fato que muitas vezes foi a existência de contingentes militares que permitiram a manutenção da paz, especialmente de forma preventiva, evitando a concretização de conflitos. Um claro exemplo é a "Pax Americana", período de tempo desde o fim da Guerra Fria em que a hegemonia militar estadunidense garantiu um cenário de relativa tranquilidade pelo mundo.

É importante notar, contudo, que aparatos de defesa e embate por si só não são suficientes para a paz. A Guerra Fria é um fenômeno que claramente o constata: foi um momento em que potências equiparáveis do ponto de vista militar se provocavam em uma espiral de tensão, a qual poderia ter escalado para circunstâncias catastróficas. Assim, parece ser necessário, ainda, a existência de mecanismos complementares, a exemplo da diplomacia. Alunos: Ribeiro 80034 e Leal 80031 / Turma 304

Apesar de a Força Expedicionária Brasileira (FEB) ter sido um elemento minoritário durante a Segunda Guerra Mundial, certamente trouxe consequências interessantes. Ela foi, em primeiro lugar, uma afirmação do posicionamento brasileiro a respeito dos acontecimentos na Europa, permitindo, assim, uma maior conexão entre a nação brasileira e outras que compartilhavam valores semelhantes. Por outro lado, foi através da FEB que o Brasil pode avaliar objetivamente a qualidade de suas Forças Armadas, aprendendo e incorporando tecnologias e conhecimentos estrangeiros.

Reflexões do tipo inevitavelmente retomam a ideia contida na expressão "se queres paz, prepara-te para a guerra". Talvez contraditoriamente, é fato que muitas vezes foi a existência de contingentes militares que permitiram a manutenção da paz, especialmente de forma preventiva, evitando a concretização de conflitos. Um claro exemplo é a "Pax Americana", período de tempo desde o fim da Guerra Fria em que a hegemonia militar estadunidense garantiu um cenário de relativa tranquilidade pelo mundo.

É importante notar, contudo, que aparatos de defesa e embate por si só não são suficientes para a paz. A Guerra Fria é um fenômeno que claramente o constata: foi um momento em que potências equiparáveis do ponto de vista militar se provocavam em uma espiral de tensão, a qual poderia ter escalado para circunstâncias catastróficas. Assim, parece ser necessário, ainda, a existência de mecanismos complementares, a exemplo da diplomacia.

 

Alunos Ribeiro 80034 e Leal 80031 / Turma 304

Todos brasileiros deveriam saber um pouco sobre a história do Brasil no contexto da 2ª Guerra Mundial, para poderem exaltar os atos heróicos de nossos militares que autaram na Itália.

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