O que o Exército me ensinou sobre liderança: o desenvolvimento de líderes subordinados

Autores: Coronel R1 Paulo Roberto da Silva Gomes Filho
Segunda, 02 Abril 2018
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O Exército Brasileiro é uma Instituição baseada em dois pilares muito sólidos: hierarquia e disciplina. A hierarquia impõe um ordenamento da autoridade legal, que é outorgada a todos os integrantes da Força em posição de comando. A disciplina, livremente aceita quando do ingresso na profissão das armas, impõe a obediência àquele ordenamento hierárquico.

Por outro lado, a organização do Exército é, essencialmente, ternária, o que significa o seguinte: o grupo básico, denominado "grupo de combate", reúne dez militares, comandados por um sargento. Três grupos de combate formam um "pelotão", comandado por um tenente. Três pelotões formam uma "companhia", comandada por um capitão. Três companhias formam um batalhão e assim sucessivamente, escalando os diversos comandos até o mais alto nível, aquele que comporta vários milhares de soldados, comandados por um general de exército.

Logicamente, a esquematização  acima é uma simplificação, que objetiva, apenas, chamar atenção para o fato de que o Exército é uma organização que exige a presença de líderes em todos os níveis de sua cadeia hierárquica. Isso quer dizer que o desenvolvimento das lideranças subordinadas deve ser prioridade dos comandantes em todos os níveis. Um elo fraco fará romper toda a corrente. E, para ter sucesso, o comandante depende, fundamentalmente, do sucesso de seus subordinados.

O ensino formal da Liderança, em todas as escolas de formação, aperfeiçoamento e altos estudos do Exército, responde pelo embasamento técnico e teórico sobre o assunto, que por si só não basta. É no corpo de tropa que o desenvolvimento das lideranças ocorre efetivamente.

Antes de tudo, tal desenvolvimento ocorre pelo exemplo, mas não somente. Uma prática importante é o cuidado que os chefes mais antigos devem ter em evitar o microgerenciamento. Evitar chamar para si a responsabilidade pela execução das tarefas que deveriam ser feitas por seus líderes subordinados. O comandante "centralizador", que exige ser sua a palavra final sobre tudo, inibe seus comandados, impedindo-os de se desenvolverem e de ganharem experiência e autoconfiança.

Outra ferramenta importante é a atribuição da missão pela finalidade, ou seja, o comandante diz ao líder subordinado qual é o objetivo a ser cumprido, quais os parâmetros a ser atingidos, quais são as condicionantes impostas. Desse modo, estabelece o "que" fazer. O "como" fazer deve ser decidido pelo líder subordinado. Isso lhe permite tomar decisões na sua esfera de atribuições, de acordo com o desenrolar dos acontecimentos e em razão de fatos novos e imprevistos. Esse exercício torna o líder mais capaz de tomar decisões e não um mero cumpridor de tarefas impostas rigidamente.

A orientação leal e franca, com o reconhecimento por parte dos superiores da atuação meritória dos líderes subordinados, bem como a correção, a supervisão e a direção próxima, quando a situação assim exigir, são muito importantes e constituem outra prática fundamental para o desenvolvimento dos atributos necessários ao bom desempenho dos comandantes, de todos os níveis. Assim, o Exército continua a desenvolver seus quadros com o firme propósito de contar com líderes que conduzam a Instituição ao cumprimento de todas as missões impostas pela sociedade brasileira.


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Prezado Cel Gomes Filho. Muito instrutivo o “post” sobre a hierarquia e a disciplina no reduto militar. Fora da caserna, uma questão me provoca curiosidade e juízo de valor difuso. O que se pressentir sobre os altos valores acima em convivência com uma sociedade desde a classe popular simples civil, até as classes civis políticas em verdadeira dissonância com a carta magna da nação? Lógico que temos gravíssimos problemas pela frente e isso se deve exclusivamente ao fracasso da maioria absoluta dos detentores dos poderes públicos. Uma pergunta que gostaria de obter resposta através do EBLOG, é a questão da subordinação direta dos comandantes da três forças. Seria o ministro da defesa em exercício ou o presidente da república o chefe direto delas? Dentro do contexto desse artigo, creio que a pergunta é bem pertinente. Um fato que se tornou público e com interpretações maldosas, foi a questão do com. Villas Boas em seu “Twitter”: penso que quem achou absurdo o texto editado pelo comandante se deve ao fato de eles simplesmente não prestarem para conduzir a Patria para um porto seguro e sim para o colapso institucional irreversível onde infelizmente todos pagarão um alto preço. Li em jornais a seguinte manchete: “chance de golpe militar é de ‘menos um’”. Nem precisa insistir nessa palavra mais batida do nosso vocabulário, "golpe", o que pode realmente ocorrer é uma intervenção militar constitucional para deter os anticonstitucionais que insistem em querer satanizar a instituição mais confiável de nossa Pátria depois do altíssimo senhor Deus. Onde uma fala em nível desagrada, certamente uma fala sem nível agrada. Então, uma salva de palmas para o N. Maduro o comandante supremo do caos em expansão até pelas nossas próprias fronteiras. Quem gostou aplauda, quem não gostou, meus parabéns.

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