O espírito de corpo dos militares

Autores: Coronel Rodolfo Tristão Pina
Segunda, 18 Dezembro 2017
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"(...) um grupo não é somente uma autoridade moral regendo a vida de seus membros (...) ele libera um calor que aquece e reanima os corações, que os abre à simpatia e derrete os egoísmos" (Durkheim, 1978:30). Embora carregado de figuras de linguagem, esse texto de um dos autores clássicos da Sociologia descortina um campo fértil para o surgimento do espírito de corpo nos agrupamentos sociais.

Haroche (2006:10) definiu 'espírito de corpo' como: sentido genérico de 'espírito de grupo' que, em certos aspectos, se confunde com o 'espírito comunitário', o 'espírito tribal' e 'clânico' e também com o espírito sectário" (apud: Freud, 1921/1997). Outro autor assim o define: "... recurso coletivamente incorporado que permite a cada um dos membros de um grupo integrado de participar do capital individualmente adquirido por todos os outros". (Bourdieu, 1989: 258-259, apud: Cunha e Hering, 2012: 251 e 256).

Via de regra e notadamente no meio militar, o espírito de corpo não deve ser confundido com o corporativismo no seu sentido distorcido, entendido nessa ótica como instrumento que privilegia interesses de uma categoria e que, por vezes, atenta contra a ética e os valores.

Isso é, em certa medida, fácil de explicar, pois na 'cultura militar' a servidão do trabalho na caserna dependente da sinergia do sistema de valores pessoais e coletivos. O profissional militar é preparado para o exercício cívico da violência levado às últimas consequências, e ninguém em paz de espírito e sã consciência conseguiria puxar o gatilho se não estivesse firme no propósito dos preceitos castrenses que comunga e que jurou defender, com o sacrifício da própria vida.

Como reflexo de uma identidade coletiva, formada a partir de uma espécie de relação simbiótica de seus integrantes, o espírito de corpo dos militares se forja nas escolas de formação, em qualquer nível, onde a práxis é transmitida de geração em geração por militares mais antigos. Esses chamados instrutores veem os seus instruendos como aprendizes que, paulatinamente, irão substituí-los e carregarão parte do legado profissional que foi transmitido, uma forma de herança familiar na lógica da sucessão.

Aos militares, o espírito de corpo não é uma representação, mas um verdadeiro laço real e necessário ao desempenho da função. Nesse meio, rivalidade e desconfiança são deixados de lado, porque tudo é pelo coletivo e em prol do grupo. Essa dinâmica, embora possa parecer contraditória, é favorável ao surgimento da iniciativa e da liderança. Como explicar as calorosas e concorridas reuniões de turma das escolas militares, passados 40, 50 anos de formação? Como explicar o sentimento de pertencimento ao segmento militar entre civis, mesmo quando inexistem as condições do compromisso legal do serviço? O espírito de corpo abre o leque de respostas a grande parte dessas perguntas.

Sou oficial da turma de formação do ano de 1993 da Academia Militar das Agulhas Negras (escola de formação dos oficiais de carreira do Exército Brasileiro). Foram pouco mais de 500 (quinhentos) aspirantes que se formaram naquela oportunidade.

Curioso que, passados mais de 24 (vinte e quatro) anos daquele momento, guardamos ainda um forte sentimento de camaradagem e apreço quando reencontramos um companheiro da turma, mesmo que o convívio no passado tenha sido curto. Nesses reencontros, mesmo os menos conhecidos se tornam "os amigos mais próximos" pelo simples fato de pertencerem à turma. Esse mecanismo de identificação com o outro é resultado do espírito de corpo. Transferimos a todos do grupo, indistintamente, o mesmo sentimento de camaradagem.

O espírito de corpo é, portanto, uma face visível do alto grau de endogenia da Instituição Militar, construído no sacrifício das experiências da caserna, principalmente, nas adversidades e na superação dos limites, por isso ele tem conotações próprias em nosso meio, diferentemente de outros grupos. É uma das características basilares que mantém as Forças Armadas vivas e será o mecanismo de coesão em tempos de crise, o sustentáculo da nossa hierarquia e disciplina.

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Desculpe o abuso deste espaço, mas esta é a arma que tenho no momento. Bom dia. Sou mais um entre tantos milhões que anseiam por uma INTERVENÇÃO MILITAR para que haja uma FAXINA GERAL. Como um expectador à distância, observo e me pergunto: o que mais falta para que o limite da sanidade seja ultrapassado e as FFAA se inclinem para salvar o povo deste sistema podre a que estamos submetidos? No final da tarde de ontem 19/12 um dos juízes do STF se autodenominou o SER SUPREMO do STF e monocraticamente travou o uso de conduções coercitivas. Não há o que comentar, senão o conceito de ABSURDO. Toda decisão tem um limite, nós o povo vivemos uma mistura de esperança nas FFAA e de constrangimento, afinal, até quando senhores, até quando??? Qual é o LIMITE ??? Qual o limite da INJustiça? Qual é o limite da DesOrdem? Qual é o limite da INSanidade? Qual é o limite da MÃOnipulação da Lei? Quantas páginas da Constituição ainda serão rasgadas diante dos nossos olhos? Um salva vidas pode analisar um evento e não considerar necessária uma ação de salvamento. Mas e o cidadão que está no limite do seu domínio das ondas? O cidadão pede SOS e o salva vidas pode ser tão ciente e seguro a ponto de se manter inerte no seu elevado posto de observação? O salva vidas pode permanecer com o manual de sobrevivência na mão enquanto o cidadão desesperado grita SOS? O salva vidas pode alegar que "as instituições estão funcionando" e há "harmonia entre os poderes das ondas" e aquele que se vê em desespero? Até quando senhores ??? Será preciso que as FFAA que são a instituição com maior índice de credibilidade, percam esta credibilidade ?? E aí ??? Como agir se o próprio povo desacreditar da instituição que a serve ??? Muitos escravos se deixam escravizar apenas por não haver outros de quem receber pão e água. Escravos lutam para sobreviver e seus sonhos são minimizados pelo sofrimento, reduzindo seus anseios a pão e água. Penso ainda ser um CIDADÃO e não um escravo. Nesta qualidade ainda imagino que possa gritar contra as ondas, que ainda tenha o direito de não me tornar escravo, de que eu ainda possa ser atendido (socorrido) pelas Forças Armadas, não por este ou aquele soldado, mas pela instituição e pela farda a que representam. Com todo o respeito, subscrevo. Soldado 871 - Reserva 2ª CATEGORIA - 1981/82 CPOR/SP
Olá Senhores. Uso esse espaço por me sentir mais próxima de vocês. E preocupada com o futuro que sou, peço que esse espírito de corpo dos militares ultrapasse os muros dos quartéis. As mídias sociais são hoje ferramenta de manifestação, ninguém tem paciência mais de ir para as ruas. Depois das grandes manifestações que resultaram no impeachment, o povo viu que não havia o que fazer. Muitas pessoas ainda não entendem que a possibilidade de uma Intervenção Militar pelas contraditórias atitudes do Alto Comando. Porém a todos que me dirijo e perguntando sobre o tema, são enfáticos em dizer que apoiariam. Precisamos de uma intervenção militar, estão acabando com a educação e cultura do país. Os jovens de hoje não conseguirão ser adultos capazes de cuidar de um país amanhã. Estão produzindo pessoas que se acostumarão na condição de escravo do Estado. Estamos paulatinamente caminhando para o comunismo. Por favor FA não deixem que haja eleição em 2018. Uma eleição para manter o crime organizado no poder, com urnas fraudulentas só pode ser golpe. Não tem democracia nisso, não tem legalidade alguma. São falácias que a classe política usa para justificar a continuação do saqueamento do país. São uns lesa pátria. A esquerda do país, que são os socialistas fabianos, os comunistas, sindicalistas, afirmam que há democracia nas eleições da Venezuela. Com uma elite política alegando isso, o que esperar das nossas eleições? Porque só o Brasil usa a urna eletrônica. Países de primeiro mundo não a utilizam. O Brasil hoje que é o rei do sucateamento, por que só nas eleições utilizar "tecnologia avançada"? Ingenuidade de quem acredita que eleição resolve o problema. Está tudo dominado. Eleição é golpe.
Olá Senhores. Uso esse espaço por me sentir mais próxima de vocês. E preocupada com o futuro que sou, peço que esse espírito de corpo dos militares ultrapasse os muros dos quartéis. As mídias sociais são hoje ferramenta de manifestação, ninguém tem paciência mais de ir para as ruas. Depois das grandes manifestações que resultaram no impeachment, o povo viu que não havia o que fazer. Muitas pessoas ainda não entendem que a possibilidade de uma Intervenção Militar pelas contraditórias atitudes do Alto Comando. Porém a todos que me dirijo e perguntando sobre o tema, são enfáticos em dizer que apoiariam. Precisamos de uma intervenção militar, estão acabando com a educação e cultura do país. Os jovens de hoje não conseguirão ser adultos capazes de cuidar de um país amanhã. Estão produzindo pessoas que se acostumarão na condição de escravo do Estado. Estamos paulatinamente caminhando para o comunismo. Por favor FA não deixem que haja eleição em 2018. Uma eleição para manter o crime organizado no poder, com urnas fraudulentas só pode ser golpe. Não tem democracia nisso, não tem legalidade alguma. São falácias que a classe política usa para justificar a continuação do saqueamento do país. São uns lesa pátria. A esquerda do país, que são os socialistas fabianos e os comunistas assumidos, sindicalistas, afirmam que a democracia nas eleições da Venezuela. Com uma elite política alegando isso, o que esperar das nossas eleições. Porque só o Brasil usa a urna eletrônica. Países de primeiro mundo não a utilizam. O Brasil hoje é o rei do sucateamento, porque só nas eleições manter "tecnologia avançada". Ingenuidade de quem acredita que eleição resolve o problema. Está tudo dominado. Eleição é golpe.
Sem dúvida que o espírito de CORPO militar é singular. Falando de civil para civil, quisera Deus que espírito de corpo civil fosse pelo menos próximo ao do militar. Infelizmente a nossa querida Pátria vem de tempos em tempos, desde o retorno da votação direta por eleição “democrática”, regida pelo espírito de PORCO onde a responsabilidade de eleitores e elegidos se misturam. Ironicamente, as duas palavras citadas em caixa altas, tem as mesmas letras, porém mensagens diferentes. “Uma andorinha voando sozinha não faz verão”. Logo um mourão cercando sozinho não faz proteção. O nosso atual presidente disse a pouco em tom meio que irônico que o brasileiro tem tendência ao autoritarismo. Não sei onde se percebe essa tal tendência, pois a meu ver o que falta mesmo é tenência para se chegar ao tal sonhado e legítimo regime democrático. É lamentável e vergonhoso saber dos últimos ocorridos na mais alta corte jurídica do país. Ministro resistindo na cara um ao outro, ambos de mesma patente. Isso retrata bem a que ponto chegou a instituição mais importantes da nação à luz da constituição. Pelo que se sabe, os militares brasileiros, mesmo sabendo de tudo que se passa no país, nem um pouco se assanham em busca de solução anticonstitucional e sem dúvida alguma se comportam exemplarmente, só se aguarda mesmo a recíproca civil. Qualquer interpretação ao contrário não procede. No próximo ano haverá eleições presidenciais, se a hipótese do autoritarismo prevalecer, tem-se nomes de ditadores como exemplos a não serem seguidos; general Bonaparte, general Giap, GM sem significado de General Motors e nem àquele general injustiçado por interpretações difusas. GM nesse caso significa alguém da mais alta corte desse país que a cada dia solta uma nova pérola. Enfim para o próximo pleito presidencial, precisa-se muito de novos nomes de candidatos que resolvam os problemas de nossa querida Pátria, sem nenhuma alusão ao passado de batalha perdida tipo a de Waterloo e o final de vida trágico do então mandatário conduzido ao exílio e ainda com o nome enviado para algum panteão de Inválidos.
Belo e esclarecedor texto! Sou da Turma de 1995 e atualmente ocupo cargo público federal civil. O espírito de corpo militar é forjado nas agruras e nas dificuldades das atividades operacionais e de estudos. No meio civil esse espírito de corpo praticamente inexiste, porquanto falta essa interdependência de ações para que a engrenagem possa funcionar. A falta de situações que possam ensejar dificuldades coletivas afasta o comprometimento individual em batalhar em prol do grupo. Se a cultura militar fosse implantada em todas as escolas e entidades educacionais do país, teríamos melhores resultados em todas as áreas, com menos violência, desemprego e mais oportunidades e segurança em viver. Mas interessa a diversos segmentos sociais que continuemos assim. Uma pena!
Muito bom texto, pois apesar de se tratar de um assunto propriamente militar, que sirva de reflexão para os brasileiros em geral. Parabéns.

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