Na atividade militar, quando em operações reais, a ordem, a disciplina e a liderança podem significar a diferença entre a vida e a morte ou entre a vitória e a derrota na batalha. E essa é a essência da necessidade de se desenvolver a liderança nos oficiais e sargentos do Exército Brasileiro.
No esporte, a falta de liderança pode levar à derrota; nas empresas, a perdas financeiras; mas, na situação crítica do combate, a liderança salva vidas e conduz à vitória. É clássica e conhecida a célebre frase proferida por Caxias na Batalha de Itororó, “sigam-me os que forem brasileiros”, quando o Patrono do Exército, liderando sua tropa, com ousadia e coragem, mudou o rumo da guerra.
Nesse sentido, a liderança é disciplina obrigatória no currículo escolar das escolas de formação militar. Mas, de nada adianta a teoria se ela for incapaz de formar o líder militar. E não somente ser capaz de formar o líder, mas, como o exercício da liderança é exercido por vontade e motivação próprias, ser capaz de motivá-lo a exercer sua liderança nas atividades castrenses e de estimulá-lo a procurar, permanentemente, o autoaperfeiçoamento.
Para tanto, já fora dos bancos escolares, é preciso o trabalho contínuo, nos quartéis, para que se criem oportunidades para a prática e o aperfeiçoamento da liderança em todos os militares, sejam oficiais ou sargentos. E, particularmente, que os militares possam ser adestrados não somente nas práticas do combate, propriamente ditas, mas também em aspectos relacionados ao exercício da liderança nas manobras militares.
Esse é um desafio para o Comando de Operações Terrestres, que tem papel preponderante nessa atividade e deverá, assim, trabalhar para que nas manobras e exercícios militares, que adestram os profissionais nas estratégias e táticas de combate, sejam incorporadas, por meio de problemas militares simulados, situações nas quais a liderança será exigida e avaliada.
Todos os fundamentos que colaboram para a formação do líder militar precisam ser identificados, sendo a interação com o Departamento de Educação do Exército e com os centros de pesquisa de liderança das escolas militares de fundamental relevância nessa etapa. Além disso, doutrina própria de como poderão ser exercidos e observados aspectos atinentes à liderança em situações práticas precisa ser desenvolvida. Aspectos relevantes que demonstram a postura e a ação esperadas do líder diante de uma situação específica deverão ser relacionados em fichas de avaliação a serem aplicadas aos militares por observador experiente. E a tarefa cresce em complexidade na medida em que os aspectos de liderança esperados dos militares não são idênticos para oficiais e sargentos, diferindo também conforme a antiguidade dentro de cada grupo.
Mais importante, ainda, é que, ao final do exercício, as observações formuladas sejam apresentadas, individualmente, a cada militar, e discutidas para fins de aprendizado, correção e motivação para o seu autoaperfeiçoamento, na busca do líder que a Força Terrestre precisa para melhor cumprir as suas missões.
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