O Adjunto de Comando no Exército Brasileiro

Autor: 1º Sgt Luiz Gustavo da Silva Siston

Quinta, 11 Janeiro 2018
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O novo cenário mundial - globalizado e tecnológico - requer que as instituições estejam em constante aprimoramento. Desse modo, é imprescindível que seus integrantes trabalhem motivados, coesos e comprometidos com os valores e as diretrizes institucionais. Tais aspectos, fortalecidos nos recursos humanos, trarão benefícios importantes ao ambiente corporativo, permitindo que as missões sejam cumpridas com melhor aproveitamento e bom êxito.

Nesse contexto, o Exército Brasileiro criou o cargo de Adjunto de Comando, que se insere no escopo de cumprir o objetivo estratégico de fortalecer a dimensão humana e de seguir a diretriz do Comandante do Exército de valorizar as praças da Força. A concepção do cargo baseia-se em aproveitar o ponto de vista e a experiência do graduado no aperfeiçoamento contínuo dos processos relacionados à gestão e à operacionalidade das organizações militares (OM). Além disso, a atuação do adjunto de comando visa aumentar a coesão, o espírito de corpo e a motivação da tropa, bem como reforçar a ética e os valores militares entre as praças mais jovens.

Desde as escolas de formação até o desempenho das funções de comando de pequenas frações, de adjunto de pelotão e de sargenteante de subunidade, o sargento executa as missões com entusiasmo, competência e disciplina. Ele também assessora o comando enquadrante, nos diferentes assuntos relacionados à sua fração, tanto de ordem profissional, quanto pessoal. O convívio diário e aproximado do sargento com os subordinados permite o assessoramento oportuno, sendo valiosa ferramenta para a tomada de decisão dos comandantes.

O emprego da praça na função de adjunto de comando não é diferente. Sua atuação reveste-se das mesmas características desempenhadas pelo graduado, porém, o assessoramento é realizado em proveito do Comando da OM. Além disso, pela liderança e profissionalismo, o adjunto de comando coopera para fortalecer a ética, os valores institucionais e os preceitos da hierarquia e disciplina, aumentando a coesão e o espírito de corpo.

Por tratar-se de um novo cargo, que expressa inovação no emprego do graduado, é relevante que haja mudança cultural, com o objetivo de tornar o nosso Exército cada vez mais operativo, coeso e pronto para o cumprimento das diversas missões. Com o passar do tempo, essa mudança será consolidada naturalmente, mas, nessa fase inicial, é importante que se façam algumas observações.

Em primeiro lugar, devido às diferenças de cultura, da carreira e da doutrina, o cargo de adjunto de comando no Exército Brasileiro não deve ser comparado ao de alguns exércitos de nações amigas. A similaridade ocorre no aproveitamento da experiência e da capacidade do graduado em prol de maior operacionalidade.

Outra importante perspectiva é de que o adjunto de comando, no exercício de suas funções, visa ao reforço da autoridade do comandante em todos os níveis. Essa atuação é pautada sempre pelas normas e regulamentos e, principalmente, balizada pelos preceitos da hierarquia e da disciplina, pilares fundamentais da nossa Força.

Nesse sentido, com o objetivo de avaliar o cargo, o Estado-Maior do Exército realizou pesquisa junto aos comandantes das OM pioneiras na implantação, sendo a avaliação geral considerada muito boa. A análise abordou diversos aspectos positivos, dentre os quais se destacam a liderança junto às praças e o relacionamento com os oficiais. A pesquisa demonstrou, ainda, que o adjunto de comando contribuiu para o aumento do espírito de corpo das organizações militares.


Apesar de recente, o cargo tem demonstrado ótimos resultados no aspecto do relacionamento, bem como nas atividades operacionais e de instrução. O necessário tempo de maturação, aliado à expertise, ao comprometimento e à dedicação do sargento brasileiro, fará com que o cargo de adjunto de comando se consolide ainda mais ao longo do tempo, possibilitando aos comandantes disporem de mais uma ferramenta de apoio na tomada de decisão, seja na área operacional, seja na estratégica. Tudo isso traz aos nossos quadros a motivação e a harmonia necessárias, para que o Exército possa cumprir as missões com excelência cada vez maior perante a Nação brasileira.


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Geral Recursos Humanos

Comentarios

Comentarios
O Cargo por ser novo com certeza encontra dificuldades, não somente para os oficias, mas também para os próprios praças. Mas, como bem colocou o autor, as pesquisas mostram pontos positivos e com certeza com o tempo estará bem mais "normalizado" dentro das OMs. Parabéns ao autor pelo excelente texto.
Parabéns camarada pelo profissionalismo, responsabilidade e motivação com a instituição em suas atribuições. Sucesso! Fé na missão! Guararapes 350 anos!
Excelente texto. Conseguiu sintetizar muito bem a essência do cargo de Adjunto de Comando. Sobre a consolidação, dependerá do espaço que os Comandantes derem ao seu Adjunto de Comando e também da maneira com que os adjuntos honrarem essa confiança. O resultado final deverá sempre ser o que for o melhor para o Exército.
É muito importante a conscientização dos Sargentos e de seus Comandantes, da exata função do Adjunto do Comando, para que o mais rápido possível, essa nova função seja aproveitada em benefício das Praças e de nosso Exército. A função já existe, há uma Portaria e já consta em nosso RISG, agora é esperar que todos se conscientize de sua importância no fiel cumprimento da legislação que a regula.
Excelente Siston, parabéns pela matéria, muito oportuno.
Parabéns pelo texto, sintetiza muito bem a nova função. O nosso Exército só tem a ganhar com ela.
Parabéns pelo artigo Sgt SISTON! Acredito que o cargo de Adjunto de Comando, como você bem pontuou, reveste-se de importância e significado no contexto de modernização da força. De um lado, o Adj Cmdo destaca-se, literalmente, como um elo de ligação entre o Comando e a tropa, de outro, apresenta-se como uma forma de reconhecimento e valorização das praças pelo Alto Comando do Exército. Os óbices iniciais certamente serão, se já não foram, superados. Acredito que estamos no caminho certo e muito bem representados por nossos Adjuntos de Comando. Ganham os profissionais... ganha o Exército Brasileiro.
Parabéns pela excelente abordagem e poder de síntese. Um tema de grande relevância para o futuro de nossa Força e vital para a transformação da Dimensão Humana. Tudo que é novo inspira, motiva, desafia, mas pode causar certa insegurança em algumas pessoas. Vamos trabalhar por um Exército melhor, mais forte e mais unido.
Parabéns pelo artigo! Em pouco mais de duas semanas, é o trabalho com o maior número de acessos no Blog, ou seja, a tropa está interessada no assunto.
Excelente a referência ao cargo de Adjunto de Comando.
Parabéns! Excelente texto sobre essa nova e desafiadora missão.
Parabéns pelo trabalho e dedicação para o fortalecimento do Cargo de Adjunto de Comando.
Excelente, Siston! É um cargo que deve ser encarado como deferência ao graduado. A comparação com outras nações, realmente, deve ser deixada de lado. Vocês, pioneiros, devem zelar pelo fortalecimento do cargo. Orgulho! Parabéns!
Sou suboficial da Marinha RM1 e gostaria de saber se vai seguir padrão de antiguidade ou de confiança dos comandantes.
Bom dia. Atualmente, o processo de seleção para o cargo de Adjunto de Comando é baseado na valorização do mérito profissional e na priorização do comandante dentre aqueles que compõem o universo de seleção. Portanto, são observados o mérito profissional, juntamente com a indicação dos comandantes.
Excelente texto, eu estou pensando em ser voluntário ao cargo de Adjunto de Comando e estava precisando de maiores detalhes, pois nunca vi um adjunto desempenhando a função. Agora estou mais confiante.
A PROMOÇÃO DEVERIA SER POR MÉRITO COMPETÊNCIA, CAPCIDADE E ALTRUÍSMO. TEMOS QUE COMEÇAR A PENSAR NÃO MAIS DE FORMA NOS VULTOS MONÁQUICOS - DUQUE DE CAXIAS E VENERARMOS MAIS AS SUGESTÕES DADA PELO PATRONO DA REPÚBLICA SOCIOCRÁTICA, QUE INTELECTUALMENTE DE FORMA CIENTÍFICA INFLUENCIOU DEODORO DA FONSECA, COM A NOÇÃO DE EXÉRCITO CIDADÃO. https://societocratic-political-regime.blogspot.com.br/2016/12/exercito-cidadao.html
Parabéns pelo texto Siston! Creio que deveríamos valorizar essa oportunidade, demonstrando competência e capacidade de gestão.
Excelente texto. Esclarecedor e motivante. Observações que contribuem para o fortalecimento do Exército.
Penso que com relação às similaridades das nações amigas, como os Estados Unidos, por exemplo, a função de adjunto de comando, a qual eles chamam em inglês: SERGEANT MAJOR OF THE ARMY, que é uma atribuição da última graduação do exército americano, a saber, nesta ordem crescente hierarquica : SERGEANT, STAFF SERGEANT, SERGEANT FIRST CLASS, MASTER SERGEANT, FIRST SERGEANT, SERGEANT MAJOR, COMMAND SERGEANT MAJOR, SERGEANT MAJOR OF THE ARMY. É concedida ao Sergeant major of the army, por méritos próprios e histórico militar, as indicações são raras, geralmente, quando o SMA é indicado, ele já preenche os requisitos para a função, e são oito posições hierárquicas até o fim da carreira de sargentos, que lá nos E.U.A, são de 20 anos, e não 30, como aqui no Brasil, penso que é um começo para melhorar a carreira dos praças.
Excelente texto. Parabéns pelas colocações e vou procurar seguir suas palavras no desempenho de minha função.

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