Marechal Rondon: 160 anos de um legado de paz, ciência e respeito aos povos indígenas

Autores: Maurício Melo de Meneses
Sexta, 16 Maio 2025
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Imagem retirada da internet

Em 5 de maio de 2025, o Brasil celebra os 160 anos de nascimento de um de seus mais notáveis heróis nacionais: o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Mais do que um militar, Rondon foi um visionário, um cientista e, acima de tudo, um defensor incansável dos povos indígenas e da integração pacífica entre diferentes culturas. Seu legado permanece vivo e ressoa em áreas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e ciência.

O Brasil pelas Linhas do Telégrafo

Um dos capítulos mais marcantes da trajetória de Rondon foi sua liderança nas obras de expansão das linhas telegráficas, um projeto estratégico que visava conectar o interior do Brasil ao restante do país e ao mundo. À frente da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, Rondon percorreu vastas regiões inexploradas da Amazônia Legal, enfrentando desafios geográficos, climáticos e logísticos extremos.

Foram milhares de quilômetros de cabos estendidos, abrindo caminho pela mata fechada e ligando localidades distantes, até então isoladas, ao centro do poder político e econômico do país. O telégrafo era, na época, o que hoje equivale à internet: uma ferramenta de integração, comunicação e soberania nacional.

Mas o grande diferencial da missão de Rondon estava em sua conduta: ao invés de impor sua presença pela força, ele buscava sempre o contato pacífico com as comunidades indígenas, agindo com diplomacia, empatia e respeito. Seu lema — "Morrer se for preciso, matar nunca" — se tornou símbolo de sua ética humanista.

Ciência, Meio Ambiente e Reconhecimento

Além das comunicações, Rondon também colaborou com diversos cientistas, naturalistas e antropólogos, ampliando o conhecimento sobre a biodiversidade e a diversidade cultural do Brasil. Sua participação na Expedição Roosevelt-Rondon, em 1913-14, ajudou a mapear o Rio da Dúvida (hoje Rio Roosevelt) e foi um marco na cooperação entre ciência e exploração.

Sua relação com o meio ambiente era pautada pela reverência e proteção. Ele compreendia que o desenvolvimento só poderia ser verdadeiramente sustentável se respeitasse os povos originários e os ecossistemas.

Um Legado Atemporal

Marechal Rondon foi o primeiro descendente de indígenas a alcançar o posto mais alto do Exército Brasileiro e é o único militar a ser reconhecido como Patrono das Comunicações e da Proteção aos Índios. Seu nome batiza o estado de Rondônia, monumentos, rodovias e escolas por todo o país.

Em tempos de desafios sociais, ambientais e de valorização da diversidade, seu legado se torna cada vez mais atual. Celebrar seus 160 anos é também reafirmar o compromisso com um Brasil mais justo, unido e consciente de suas raízes.


 

Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon - O Marechal da paz - Ed. Mackenzie

CATEGORIAS:
História

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Sou índio, 85,5 anos de idade, Atualmente, sou Soldado e  Reserva-Pro-Ativa do Exército e dei diversas palestras no TG 05-001. PR. Meus militares inspiradores, foi e são, O Marechal Rondon e o Marecheal Mascarenhas de Moraes . Fico agradecido ao prof. Maurício Melo de Menezes, por ter citado, em seu livro, a etnia indígena do Marechal Rondon. 

Sebastião Cardoso - (Índio Tatâ'o).

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