O Exército Brasileiro está no centro de um dos mais seletos grupos acadêmicos do mundo, a partir da relevância da Biblioteca Digital do Exército (BDEx), criada recentemente na Instituição. A Universidade de Salamanca, na Espanha, reconheceu esse feito, formalizado no 56º Congresso Internacional de Americanistas (ICA), em 2018, com a apresentação do artigo "Biblioteca Digital do Exército: compartilhando informações, conhecimento e integrando a produção científica militar nas Américas". *
A Biblioteca tem sido o canal de fomento da produção científica e da discussão dos assuntos de defesa e segurança nacional. Esse projeto inovador foi elaborado pelo Centro de Doutrina do Exército, analisado e selecionado em um universo de mais de dez mil trabalhos para apresentação no ICA. O artigo defende a biblioteca digital como repositório temático, instrumento de difusão e compartilhamento do conhecimento produzido por militares designados para cursos no exterior.
O objetivo da plataforma é proporcionar visibilidade para as produções bibliográficas e científicas (manuais, instruções, regulamentos e artigos, monografias, dissertações e teses) e outras publicações que possam servir de base para pesquisas de interesse dos exércitos do continente americano. O projeto é um banco de dados em formato digital, que abriga temas de doutrina militar e assuntos de interesse do Exército, visando à gestão e à preservação do conhecimento, e à integração com o meio acadêmico.
A proposta de modernizar os meios de difusão do Exército com plataformas digitais open source (código aberto), que tiveram custo zero e otimizaram a utilização de recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos, foi amplamente aceita pela Força, resultando na aprovação da Diretriz da Biblioteca Digital em 27 de março de 2018, o que, além de normatizar importante instrumento no apoio à gestão do conhecimento, também estabelece que os trabalhos de final de cursos de pós-graduação no exterior sejam disponibilizados na Biblioteca.
A Biblioteca Digital reforça a constante busca do Exército em melhorar os serviços para a comunidade, por meio da organização da informação e da transparência de suas atividades. Nesse aspecto, a Biblioteca pode ser acessada pela Internet, de qualquer lugar do mundo, por civis e militares, possibilitando acesso a informações de toda ordem. O projeto alcançou tamanha dimensão que, hoje, é referência para outras instituições, despertando a atenção da Universidade de Salamanca, na Espanha (quarta universidade mais antiga da Europa). Em consequência, a Força foi convidada para apresentar a plataforma na comemoração dos 800 anos da Universidade, no 56º Congresso Internacional de Americanistas, motivo de orgulho não só para os autores do trabalho, como também para o Exército.
O Congresso Internacional de Americanistas ocorre sob o lema "Universalidade e particularismo nas Américas" e chama atenção sobre a dialética entre a universalidade e os particularismos na produção do conhecimento. A visibilidade que a apresentação trará para o Exército será imensa, uma vez que poderá abrir portas ao aperfeiçoamento do intercâmbio de conhecimentos entre as américas, como foi o caso do convite do Ministério da Defesa espanhol para que a Biblioteca Digital passasse a integrar a Biblioteca Ibero-americana de Defesa, da qual fazem parte Chile, Peru, México, Colômbia, Espanha, entre outros países.
Esse Congresso teve início em 1875 e possui caráter interdisciplinar e inclusivo, reunindo pesquisadores que estudam no continente americano, a partir da análise de política, economia, cultura, línguas, história e pré-história, com o objetivo de formular novas hipóteses que possam enriquecer e reformular grandes teorias gerais das ciências e humanidades. Nesse contexto, vislumbra-se a importância do convite ao Exército Brasileiro para apresentar seu trabalho sobre o compartilhamento do conhecimento adquirido por militares em cursos no exterior, algo pouco difundido e, hoje, referência para várias instituições. Dessa forma, as barreiras físicas para a difusão da informação já não são mais obstáculos, visto que a tecnologia da informação e comunicação veio ampliar e acelerar os fluxos de informação e conhecimento.
O sucesso da Biblioteca Digital do Exército, como plataforma de difusão da informação e compartilhamento do conhecimento, despertou o interesse do Exército por outras formas de gestão da informação em plataformas digitais, tais como: EB EVENTOS (responsável pelo gerenciamento do evento, desde a inscrição até a disponibilização de certificados, e pela guarda do material produzido e apresentado); EB REVISTAS (responsável pela editoração e disponibilização de revistas eletrônicas) e EBUSCA (metabuscador capaz de indexar as bases de dados e facilitar a recuperação da informação). Em virturde do projeto de portfólio das plataformas digitais de apoio à gestão do conhecimento,iniciado pela Biblioteca Digital do Exército, as produções intelectuais consideradas de interesse da Força são disponibilizadas, atualmente, para públicos dos mais diversos setores da sociedade. Isso alinha a Força à vanguarda da gestão do conhecimento.
* Os autores do artigo "Biblioteca Digital do Exército: compartilhando informações, conhecimento e integrando a produção científica militar nas Américas" são oficiais do Centro de Doutrina do Exército: Cel Cav Isaías de Oliveira Filho, 1º Ten de Biblioteconomia Ana Izabel Batista da Silva e 2º Ten de Arquivologia Priscylla Silva Araujo.
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