No dia 1º de julho de 1921, nas dependências da 2ª Companhia do 1º Batalhão de Engenharia, na Vila Militar do Rio de Janeiro, foi criado o Centro de Instrução de Transmissões, sob o Comando do então Capitão de Engenharia Paulo Maccord. Iniciava-se, nessa oportunidade, a trajetória da Escola de Comunicações, que completa 98 anos de existência em 2019.
Sob a orientação da Missão Militar de Instrução Francesa (MMIF), que introduziu novos conceitos trazidos da experiência adquirida da “Grande Guerra” ou Primeira Guerra Mundial (1914-1918), aquele Centro de Instrução pioneiro dedicou-se à formação dos quadros destinados à operação dos meios que permitiriam a ligação de unidades de combate dispostas em largas frentes e grandes profundidades, como preconizava a nova doutrina.
No ano de 1936, o Centro passou a funcionar como dependência da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, recebendo o nome de Curso Especial de Transmissões. Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), novas modificações foram impostas pelas transformações resultantes da evolução dos equipamentos. O Centro teve sua denominação alterada para Escola de Transmissões no ano de 1940, recebendo a influência direta da doutrina norte-americana. Nesse período, a Escola de Transmissões teve papel relevante na especialização dos quadros que compuseram a 1ª Companhia de Transmissões da Força Expedicionária Brasileira, que lutaria no Teatro de Operações da ITÁLIA.
Em 1º de julho de 1953, foi instituída a denominação “Escola de Comunicações”, nome mantido até a presente data. A Escola ocupou as instalações no quartel de Deodoro-RJ, especializando turmas de oficiais e formando sargentos combatentes e mecânicos de comunicações que consolidaram a criação da Arma de Comunicações, ocorrida no ano de 1956.
Em 2006, a Portaria do Comandante do Exército nº 254, de 12 de maio de 2006, concedeu a denominação histórica “Escola Coronel Hygino Corsetti”, em homenagem ao Comandante da EsCom entre os anos de 1966 e 1969 e posterior ministro das Comunicações entre os anos de 1969 a 1974, o qual teve a tarefa de implementar as redes de telecomunicações que integraram o Brasil com enlaces em micro-ondas e via satélite.
Em consequência do processo de reformulação do ensino no Exército, em 2011 a EsCom foi transferida para a cidade de Brasília, subordinando-se ao Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército e ocupando as atuais instalações no interior do Forte Marechal Rondon. Este acontecimento possibilitou elevados investimentos na Escola em material e infraestrutura, possibilitando a racionalização dos cursos existentes e a atualização dos seus conteúdos programáticos, ajustados às novas demandas dos sistemas e materiais que o Exército vem adquirindo por intermédio de diversos programas estratégicos.
Ao longo desses 98 anos de existência, a EsCom formou, aperfeiçoou e especializou mais de vinte mil oficiais e praças do Exército Brasileiro, da Marinha e da Força Aérea, além de militares da Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares e de Nações Amigas.
Mesmo com a notável evolução no campo da Tecnologia da Informação, com impactos diretos na forma de atuação de uma Força Armada, a essência da missão da EsCom permanece inalterada, formando especialistas para atuar no campo das comunicações de combate. Assim, os atuais cursos presenciais da Escola destinam-se à especialização de oficiais e sargentos em modernos meios de comunicações e de acordo com a doutrina de emprego da Força Terrestre.
Cabe ressaltar que a doutrina de Guerra Cibernética em vigor divide a atividade Ciber em três áreas de atuação: Ataque, Exploração e Proteção. Sobre esta última, cabe à Escola de Comunicações promover cursos e estágios de forma a se desenvolver capacidades necessárias às tarefas de proteção das redes de computadores em um contexto operacional, contribuindo para o objetivo de se atuar no espaço cibernético com liberdade de ação.
Além disso, cabe ressaltar o atual papel desempenhado pela Escola na parte de educação à distância, modalidade de ensino que vem cada vez mais se consolidando no sistema de Educação e Cultura do Exército. Dessa forma, a EsCom administra um portal de conteúdo, o Instituto Rondon de Capacitação Continuada (IRCC), com o objetivo de proporcionar conhecimento a todos os militares do Exército nas disciplinas relativas ao Comando e Controle. Neste contexto, a EsCom se destaca como Academia Cisco (Cisco Networking Academy), disponibilizando mais de 20 cursos a distância sem custo para todos os militares do Exército e demais Forças, projeto que tem elevado alcance social por contribuir para a qualificação dos jovens que ingressam anualmente no Exército pelo serviço militar obrigatório.
Cumprindo demandas do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, a EsCom também proporciona capacitações volantes, por intermédio de Visitas de Orientação Técnica às diversas Organizações Militares do Exército e por cooperações de instrução, beneficiando os alunos das diversas escolas de formação e aperfeiçoamento da Força.
No próximo ano, a EsCom ocupará novas instalações, dotadas de modernos laboratórios e salas de aula, nas quais pretende desenvolver seus cursos com o apoio de ferramentas de simulação e com emprego de recursos de realidade virtual e aumentada. Todas essas capacidades objetivam entregar ao Exército militares habilitados ao suporte de infraestrutura de Comando e Controle à Força Terrestre, contribuindo para o processo de modernização da Força.
A constante evolução da tecnologia nos meios de transmissão traz novos desafios que obriga o profissional da arte do Comando e Controle buscar a capacitação continuada. Atenta a esses desafios, a EsCom conta com um corpo permanente dotado de elevado padrão técnico e experiência obtida ao longo dos anos de serviço em Organizações Militares do Corpo de Tropa.
Neste 98 anos da Escola de Comunicações, as perspectivas de incremento da atividade de Comunicações são fatores de motivação que impulsionam a cada militar desta organização a buscar novos desafios em prol da modernização do Exército.
Comunicações! Sempre Servir!
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