A missão principal da Arma de Engenharia consiste em apoiar, nas vertentes do combate e da construção, a Força Terrestre em operações no terreno, proporcionando às armas-base proteção e mobilidade - por intermédio da construção de pontes e do melhoramento de estradas - além de contramobilidade às tropas inimigas - por meio da destruição de pontes, do lançamento de campos de minas e de outros obstáculos.
As origens históricas da Arma de Engenharia estão nas legiões romanas que possuíam um corpo de engenheiros chamados de “architecti” que se notabilizaram na construção de fortificações de campanha.
Imagem 1
O advento da pólvora e a invenção do canhão, na Idade Média, fizeram com que a Engenharia Militar recebesse forte impulso de transformação. Foi o momento em que o corpo técnico de engenheiros precisou adaptar as fortificações existentes para resistirem ao poder dos novos engenhos bélicos surgidos. Concomitantemente, iniciou-se a atividade ofensiva conhecida como “minagem ou sapa”, que correspondia à abertura de túneis ou trincheiras sob as muralhas, onde eram instalados explosivos com o objetivo de destruição das estruturas.
A Engenharia Militar aumentou seu arcabouço científico no ano de 1747, na França, quando surgiu a primeira escola de Engenharia do mundo, a École Nationale des Ponts et Chaussés. Matemáticos de renome foram engenheiros militares nas tropas napoleônicas de fins do século XVIII e início do século XIX, tais como Gaspar Monge (mentor da geometria descritiva como solução de problemas de fortificações), Jean Baptiste Fourier, Pierre-Simon Laplace, entre outros.
As duas Guerras Mundiais e outros grandes conflitos bélicos do século XX realçaram, mais tarde, uma responsabilidade crítica que passou a recair sobre a Engenharia militar: a colocação e a limpeza de campos de minas.
Já no Brasil, o marco relevante e inicial da história da Arma de Engenharia foi a instalação, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1792, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, considerada a primeira escola de Engenharia das Américas e que deu origem ao Instituto Militar de Engenharia e a Escola Politécnica da UFRJ.
Imagem 2
Em tempos de paz, é notável a contribuição dos Batalhões e das Companhias de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro para o desenvolvimento econômico nacional, mediante a abertura ou a recuperação de estradas e ferrovias bem como a construção de aeroportos e açudes. Não se pode deixar de destacar também o apoio vital das organizações militares de Engenharia às ações da Defesa Civil em situações de calamidade pública como enchentes, em que a utilização de pontões e embarcações levam solidariedade às famílias atingidas.
NOTA DO AUTOR: o artigo reproduz texto de concepção do próprio autor e que foi produzido sob demanda de pesquisa do Museu Militar do Comando Militar do Sul (MMCMS), por ocasião de sua reabertura em 06/07/2021, após processo de revitalização daquele espaço cultural. Texto encontra-se exposto em plotagem de parede na Ala da Engenharia do MMCMS.
Imagem 1: gravura de um acampamento militar romano. Imagem obtida no endereço https://www.studiarapido.it/cardo-e-decumano-cosa-sono-e-a-cosa-servivano/
Imagem 2: pintura da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho obtida no endereço https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/znUQcGfQ6N3x/content/id/13205214
Comentarios