Adjunto de Comando: indutor de entusiasmo, competência e profissionalismo

Autor: Sgt Anderson Luiz Almeida dos Santos

Sexta, 29 Março 2024
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Como sabemos, o Brasil, além de ser um país de proporções continentais, nos últimos anos vem aumentando cada vez mais o seu protagonismo no cenário mundial, o que impõe às suas Forças Armadas a necessidade de que estejam sempre prontas para serem empregadas, nos diferentes tipos de missões a elas designadas.

O atual cenário mundial exige que as nações busquem cada vez mais o seu aprimoramento, nas mais variadas áreas estratégicas, mas principalmente na área tecnológica. Diante deste cenário, o Exército Brasileiro vem buscando esta modernização, investindo cada vez mais em materiais e equipamentos, mas também, na valorização da dimensão humana. Neste contexto, surgiu a bem pouco tempo, a figura do Adjunto de Comando, militar que tem como missão assessorar o Comandante da Organização Militar (OM) nos assuntos relacionados às praças.

O cargo de Adjunto de Comando teve início com um projeto-piloto introduzido na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados (MS), no ano de 2014, e está diretamente atrelado a um processo pioneiro e inovador realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), Cruz Alta(RS), onde o Exército iniciou uma transformação em sua forma de gerenciar seus recursos humanos, concedendo um maior destaque e uma maior autonomia para as praças no tocante à condução do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), conduzido até então por oficiais, passando a ter como Coordenador Geral do Corpo de Alunos uma praça (1º sargento ou subtenente), integrando o Estado-Maior da Escola, ficando subordinado diretamente ao Comandante da EASA. Nas duas ocasiões, a valorização da carreira das praças foi muito positiva, o que contribuiu de forma essencial para a consolidação dessas duas funções.

Como já mencionado, a função de Adjunto de Comando ainda pode ser considerada como “nova” no Exército Brasileiro, e mesmo devido ao pouco tempo, já mostrou que possui uma importância muito grande na estrutura da Força.

A gênese da formação do sargento é voltada principalmente para que este militar exerça a liderança de pequenas frações. Durante sua formação, o sargento vai receber diversas instruções com a finalidade de que ele possa agregar o máximo de ensinamentos que permitirão a ele ter uma noção, ainda que ampla, de como deverá agir na tropa, pois é lá onde sua formação irá se consolidar e onde poderá exercer a liderança de forma real, tornando-se um referencial e um formador de opinião, para muitos jovens que incorporam às fileiras do Exército todos os anos para prestarem o serviço militar obrigatório, e por vezes, conseguirá influenciar tais jovens apenas com seus gestos e atitudes.

A formação do sargento também faz com que, por muitos anos, este militar trave contato direto com outros militares mais modernos, mesmo não estando mais inserido em um contexto de trabalho diário de pelotão, mas através do serviço de escala, onde poderá observar comportamentos, repassando orientações, o que transforma isso em mais uma oportunidade de exercer a sua liderança.

Essas situações proporcionam ao sargento a oportunidade ímpar, para desenvolver uma bagagem de experiências nesta área de gestão de pessoal, pois ele será um dos poucos militares que terá condições de conhecer a fundo e com propriedade a realidade das praças, seja ela no âmbito profissional ou até mesmo no pessoal.

Com o passar dos anos, já nas graduações de 1º sargento ou subtenente, este militar de valores totalmente consolidados e uma experiência muito grande da Instituição, possui as condições ideais para que possa prestar o apoio necessário ao comando no que diz respeito às praças.

É neste universo de militares experientes, maduros, muitas vezes já experimentados, até mesmo em situações reais de emprego, que é selecionado aquele que exercerá esta nobre missão de Adjunto de Comando.

Com a finalidade de capacitar o militar selecionado para esta função, o Exército criou no ano de 2016, através da Portaria nº 070-EME, de 16 de março de 2016, o Curso de Adjunto de Comando, que é realizado na cidade de Cruz Alta (RS), nas mesmas instalações onde ocorre o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, com duração de 8 semanas, sendo 6 semanas na modalidade de Ensino a Distância e 2 semanas presenciais.

Esta missão pode ser considerada desafiadora, uma vez que este militar terá como principais responsabilidades: reforçar a intenção do Comandante no âmbito das praças, contribuir para o aumento do comprometimento das praças com a Instituição, também será através de suas ações, pautadas pelas normas e regulamentos, que os mais jovens poderão solidificar os preceitos da hierarquia e da disciplina, enfim, ser um indutor de entusiasmo, competência e profissionalismo.

Realmente não é fácil a missão de transmitir às gerações mais novas os valores cultuados na caserna como: Lealdade, Fé na Missão do Exército, Camaradagem, Respeito, Culto às tradições, entre outros e por isso é de fundamental relevância que o militar que exercerá a função de Adjunto de Comando seja um militar experiente, que saberá conduzir de forma ponderada e sábia o assessoramento ao seu comandante nos assuntos afetos às praças.

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Geral Carreira Militar

Comentarios

Comentarios
Excelente abordagem do tema. Parabéns ao nobre amigo. 1º Sgt ESTRELA - Adj Cmdo ESFCEx

Excelente texto. Com certeza um dos grandes desafios das praças mais antigas é de manter acesos a motivação e os valores dos menos experientes, e o Adjunto de Comando, apesar de ser uma função muito jovem, vem ganhando relevância nesse assunto a cada ano vencido. Sigamos com a Fé na Missão meu amigo, forte abraço!

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