Adjunto de comando: 10 anos fortalecendo valores e liderança na dimensão humana do Exército Brasileiro

Autores: 2º Ten Hildemar das Graças Teixeira
Quarta, 06 Agosto 2025
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Introdução

Ao completar uma década de existência em 2025, o cargo de Adjunto de Comando consolida-se como um marco de inovação na estrutura organizacional do Exército Brasileiro. Criado em 2015, com base no objetivo estratégico de fortalecer a dimensão humana da Força, esse cargo foi concebido para valorizar a experiência, o exemplo e a liderança dos subtenentes e sargentos mais destacados da carreira, conferindo-lhes uma missão nobre: atuar como elo direto entre o comando e o segmento de praças, contribuindo para o aperfeiçoamento da gestão de pessoal e para o fortalecimento dos valores militares.

Ao longo dessa trajetória, o adjunto de comando tem se revelado uma figura essencial para a coesão das organizações militares, promovendo o diálogo, a motivação, a disciplina e o compromisso com a excelência profissional. O cargo passou a representar a expressão máxima da confiança institucional no sargento como líder e referência moral para a tropa.

O surgimento de uma função estratégica

Inspirado em modelos consagrados de exércitos aliados e adaptado à realidade brasileira, o cargo de adjunto de comando foi implementado de forma pioneira no Comando Militar do Sul e, posteriormente, ampliado para outras guarnições. Seu sucesso imediato reforçou o valor da iniciativa, que foi oficialmente institucionalizada no âmbito do Exército.

A função responde diretamente a um dos pilares do Plano Estratégico do Exército: a valorização do recurso humano, reconhecendo que o desempenho da Força depende, sobretudo, da motivação, do preparo e do equilíbrio daqueles que a compõem. O adjunto de comando foi, portanto, um passo concreto e simbólico na promoção da liderança intermediária, baseada no respeito, na confiança e na presença marcante no terreno e na rotina das frações.

A atuação na dimensão humana

O adjunto de comando tornou-se peça fundamental na consolidação daquilo que o Exército denomina como dimensão humana da liderança. Sua atuação vai além das questões administrativas ou disciplinares: ele acompanha o cotidiano da tropa, ouve, orienta, identifica problemas, antecipa desgastes e sugere ao comando soluções fundamentadas na realidade do efetivo.

É também papel do adjunto de comando preservar e transmitir os valores essenciais da Força Terrestre, como a lealdade, o comprometimento, o espírito de corpo, a ética e o respeito à hierarquia e à disciplina. Com isso, o adjunto contribui para a formação de soldados e graduados mais conscientes de seu papel institucional e comprometidos com a missão constitucional do Exército.

Além disso, ele inspira pela presença, pela conduta e pelo exemplo, sendo um modelo de comportamento e um ponto de referência confiável tanto para os subordinados quanto para os superiores. A autoridade do adjunto de comando é construída, sobretudo, pelo mérito, pela história profissional e pelo respeito conquistado ao longo da carreira.

A confiança do comando e a missão honrosa

Ser designado adjunto de comando representa a missão mais honrosa a ser confiada a um graduado, pois traduz o reconhecimento pela excelência profissional, pelo equilíbrio emocional e pela capacidade de liderança. É uma escolha que recai sobre militares que demonstraram, ao longo do tempo, sua dedicação, senso de justiça e compromisso inabalável com os valores do Exército.

O comandante, ao contar com um adjunto de comando de sua confiança, passa a ter um assessor direto em assuntos humanos, com sensibilidade para escutar, compreender e encaminhar questões que, muitas vezes, não afloram nas vias formais. Essa parceria fortalece a gestão de pessoal, a moral da tropa e a capacidade de resposta da organização.

Dez anos de avanços e de legado

A marca dos 10 anos do cargo de adjunto de comando é mais do que um marco cronológico: é a consolidação de uma ideia vitoriosa. Ao longo dessa década, centenas de militares foram designados para essa nobre missão, levando consigo a responsabilidade de fortalecer a coesão nas organizações militares.

O legado desse cargo é visível: tropas mais coesas, praças mais valorizadas, comandos mais conectados à realidade cotidiana da base. O adjunto de comando provou-se essencial não apenas para a manutenção da disciplina, mas para a promoção do bem-estar e da motivação como componentes fundamentais da prontidão operacional.

Conclusão

O Exército Brasileiro, ao celebrar os 10 anos do cargo de adjunto de comando, reafirma seu compromisso com a valorização de sua gente. Essa função, nascida de uma visão moderna e humana de comando, tem fortalecido a coesão interna, preservado os valores da Instituição e contribuído para a formação de militares mais preparados para os desafios do presente e do futuro.

O adjunto de comando é, hoje, símbolo da liderança pela proximidade, do respeito pela experiência e da excelência profissional. Sua atuação continuará sendo essencial na missão de manter o Exército como uma Força moderna, coesa, operativa e fiel à Pátria e à sociedade brasileira.

Ser Adjunto de Comando é mais que um cargo, uma missão de vida: servir com sabedoria, liderar pelo exemplo.” 2º Ten Hildemar

Referências

1. CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DE PESSOAL (CEP). Cadernos de Liderança Militar: O Papel do Adjunto de Comando. Rio de Janeiro: CEP, 2022.

2. EXÉRCITO BRASILEIRO. Manual de Liderança Militar (EB20-MC-10.213). Brasília: EME, 2020.

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