A nossa Amazônia

Autores: Vice-Presidente da República Antonio Hamilton Martins Mourão
Quinta, 29 Agosto 2019
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No contexto de uma campanha internacional movida contra o Brasil, ressurgiu a antiga pretensão de relativizar, ou mesmo neutralizar, a soberania brasileira sobre a parte da região amazônica que nos cabe, a nossa Amazônia.

Acusações de maus tratos a indígenas, uso indevido do solo, desflorestamento descontrolado e inação governamental perante queimadas sazonais compõem o leque da infâmia despejada sobre o País, a que se juntou, a nota diplomática do governo francês ofensiva ao presidente da República e aos brasileiros.

O Brasil não mente. E tampouco seu presidente, seu governo e suas instituições. Em primeiro lugar porque o Brasil tem a seu lado a História, sobre a qual, em consideração à memória nacional, devemos nos debruçar.

A Amazônia que nos pertence foi conquistada no tempo em que só a ação intimorata garantia direitos.  Depois da expulsão dos franceses de São Luís (1615) e da fundação do forte do Presépio, a futura Belém (1616), corsários ingleses e holandeses foram combatidos e expulsos da foz do rio Amazonas. A União Ibérica (1580-1640) ofereceu oportunidade para que bandeirantes e exploradores rompessem as Tordesilhas, um desenvolvimento histórico que tem na primeira navegação da foz à nascente do Amazonas (1637), façanha cometida por Pedro Teixeira, seu marco definitivo.

Foram fortalezas que prefiguraram a ocupação e a delimitação da Amazônia brasileira.  Foi a catequese que aglutinou os indígenas sob a proteção da cruz, favorecendo a miscigenação que fomentou o povoamento da região. A fundação do forte de São José do Rio Negro, na confluência do rio Negro com o Solimões (1663), reuniu em seu entorno índios barés, baniuas e passés, dando origem à povoação que viria a se transformar na cidade de Manaus.

Após a Independência, em nossa primeira legislatura, quando a pretensão estrangeira de impor um monopólio de navegação no Amazonas ousou atribuir aos brasileiros a pecha de ignorantes, coube ao Senado devolvê-la lembrando que cabia aos brasileiros a primazia dos descobrimentos sobre a região, conforme atestado pelo próprio Humbolt. 

E no início do século XX, enquanto a Europa se dilacerava nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, um dos nossos maiores soldados, Cândido Mariano da Silva Rondon, completava sua campanha sertanista (1915-1919) no  Mato Grosso levantando cartograficamente os vales do Araguaia e as cabeceiras do Xingu; descobrindo minas de sulfeto de ferro, ouro, diamantes, manganês, gipsita, ferro e mica; e o mais importante, fazendo amigas as nações nhambiquara, barbados, quepi-quepi-uats, pauatês, tacuatés, ipoti-uats, urumis, ariquemes e urupás que ao final da ciclópica empreitada apontavam para as armas dos exploradores e diziam: “enombô, paranã! Dorokói pendehê”(joguem no rio, a guerra acabou).

Epopeia consumada, mas por concluir, na qual o Brasil jamais prescindiu da cooperação das nações condôminas desse patrimônio reunidas no Pacto Amazônico, que comemorou, no ano passado, 40 anos de sua assinatura, o qual, pela sua finalidade e clareza de propósitos, dispensa protagonismos de última hora movidos por interesses inconfessáveis. Se existisse algum protagonismo nacional na Amazônia sul-americana compartilhada por nove países, algo que o Brasil nunca avocou, ele seria, pelos números, pela presença e pela História, brasileiro. 

Se a História dá razão ao Brasil em qualquer debate sobre a Amazônia, cabe colocar, em segundo lugar, que ele tem a seu favor os fatos.

Não há país que combine legislação ambiental, produtividade agropecuária, segurança alimentar e preservação dos biomas com mais eficiência, eficácia e efetividade do que o Brasil. Não bastassem todos os dados legais e científicos, sobejamente conhecidos, que comprovam essa assertiva, tomem-se, não as palavras, mas os atos do governo brasileiro no sentido de combater queimadas e apurar crimes de toda natureza praticados na região amazônica, o que desqualifica as desproporcionais acusações e agressões desferidas contra o País por causa do meio ambiente.

E se não bastassem a História e os fatos, cabe apontar o que se revela nas declarações oficiais, nas confidências mal escondidas, nas entrelinhas dos comunicados e no ecorradicalismo incensado pela imprensa: a velha ambição disfarçada por filantropia de fachada.   

É inacreditável que, em um momento no qual guerras comerciais e protecionismos turvam o horizonte mundial, e sejam publicamente condenados em todas as instâncias internacionais responsáveis, líderes de países europeus venham, individualmente ou em conjunto, tomar inciativas contra o livre comércio, procurando sabotar acordos históricos como o firmado entre a União Europeia e o Mercosul e entre este e os países do Efta (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein).

Como é inacreditável que pessoas que até pouco tempo ocupavam cargos públicos se esqueçam de uma das linhas mestras da diplomacia do Brasil, a de preservar a liberdade de interpretar a realidade do País e de encontrar soluções brasileiras para os problemas brasileiros, conforme colocadas pelo Chanceler Horácio Lafer em 1959.

Nada disso prevalecerá. O Brasil não tem tempo a perder. Com trabalho, coragem e determinação ele encontrará o seu destino de grandeza: ser a mais pujante e próspera democracia liberal do Hemisfério Sul.

E por qualquer perspectiva, da preservação ao desenvolvimento, da defesa à segurança, da História ao Direito, a nossa Amazônia continuará a ser brasileira. E nada exprime melhor isso do que a canção do internacionalmente reconhecido Centro de Instrução de Guerra na Selva:

À Amazônia inconquistável o nosso preito,

A nossa vida por tua integridade

A nossa luta pela força do direito

Com o direito da força por validade

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Surreal! Assim se define a postura daquele presidente que chamou o nosso presidente de mentiroso. Como eleitor da chapa vencedora me sinto também ofendido na fração proporcional ao meu voto dado e de meus familiares, que ao meu pedido me seguiram na escolha. Lamentável ouvir de um presidente banqueiro de profissão e socialista de origem ideológica, tal adjetivo tão inglório. Gostaria que alguém me dissesse se banqueiro e socialista são verdadeiros entre si. Se o objetivo dele era fazer sucesso, ele deveria ser pelo menos razoável, pois o seu índice de popularidade baixa em seu país, lhe aconselha sobriedade. Ao interferir na governança de país que não está macRonmunado, o mínimo que se deve ter é respeito à soberania deste. Ao difundir a ideia de uma intervenção internacional em nossa Amazônia, esse ator que desconhece o que se passa de degradação ambiental em seu território distante de seu país e fronteiriço ao nosso, se torna patético e desprezível. Certamente que nunca vivemos em chamas, mas conhecemos muito bem esse potencial de destruição e sempre estaremos vigilantes e rigorosos dentro da lei, para extingui-lo. O Brasil de hoje é um país sério sim. Nunca se ouvirão: “O Brasil está em chamas”, ou que uma nossa heroína foi morta viva, pelas chamas da maldade. “Vive le Brésil, les imposteurs dehors!”
Maravilha de texto, amigo General Mourão! Sabemos que o Corredor Anaconda no Norte amazônico no norte da Amazônia - parte que é nossa já não nos pertence e cabe a nós, retomá-la. Conte com as Valkírias nessa Missão! #selva #AAmazôniaÉNossa
Ai do Brasil se não fosse suas Forças Armadas, certamente já teria sido dividido em outras nações, General! brilhante texto.
Caro general Mourão Morando em Macau, sul da China, vejo como a extrema imprensa difama nosso país a troco de ideologia e grana. O que sai deste lado de cá é que a Amazônia arde e o Brasil não sabe tomar conta.(resumindo). Depois de muito mandar a verdade para eles, pela primeira vez mostraram o presidente falando da ida a ONU. Enfim, texto muito esclarecedor acima. Obrigada por ter assumido um papel muito importante no governo. Se o senhor me permitir, posso enviar para a imprensa escrita de Macau. ... acredito que consigo. Abraço
#SELVA! #brasil Como diz a canção da INFANTARIA "Mostremos, Que em nossa Pátria temos, Valor imenso,No intenso, da luta!!!" Só quem conhece a AMAZÔNIA BRASILEIRA, sabe do que se trata!
Quem está queimando o flanco Sul da Amazônia são os agricultores sem terra do Sul do País, para plantar soja, fornecendo óleo e forragem para os países frios, e criar gado zebu, para alimentar o pais de carne, liberando a carne dos taurinos europeus do sul do Brasil, para alimentar a Europa, em suma a queima das florestas do Sul da Amazônia é para alimentar a Europa e parte do Mundo. O terceiro produto da região é a produção de madeiras nobres duras e pesadas, para a indústria de móveis, portas e outros produtos, sem o que o pais teria de importar U$ bilhões e não teria de quem comprar, pois as principais florestas do Mundo estão enfeudadas; as do Congo à Europa Ocidental, que as queima sem dó nem piedade, e as de Bornéu ao Japão. Sem falar das florestas de pinho, fáceis de serem replantadas, que fornecem madeiras brancas, pois lá não tem cupim, nem polia, que morrem com o frio,madeira branca da Sibéria para a Rússia; o Himalaia, Birmânia, Laos, Caxemira para Índia e a China; o Canadá para os Estados Unidos etc. Na Europa um dos problemas é o aquecimento das lareiras com achas de lenha e o gás que vem pelo meio e através da Rússia, pelo meio da Rússia, do centro da Ásia. De qualquer maneira tudo é uma luta pela energia atual e futura. Uma guerra geopolítica

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