Há uma década, na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Dourados (MS), foi realizado o 1º Estágio de Preparação para o Cargo de Adjunto de Comando do Exército Brasileiro. Aquele marco histórico representou o início de uma nova etapa na trajetória profissional dos graduados de carreira, consolidando o papel do subtenente e do sargento como mais um elemento de ligação entre o comando e a tropa, neste caso, com a missão de fortalecer a coesão, a disciplina e o espírito de corpo nas organizações militares. Hoje, o amadurecimento da função é evidente, revelando o quanto o Exército avançou na valorização de seus integrantes e na construção de uma estrutura de assessoramento mais completa e integrada.
Desde sua criação, o cargo de adjunto de comando foi pensado para representar o ponto de equilíbrio entre a vivência profissional e o conhecimento técnico. Nos primeiros anos, houve o natural processo de adaptação, de compreensão da real dimensão de suas atribuições e da inserção desse novo ator dentro da estrutura organizacional das organizações militares. Com o tempo, o Exército aperfeiçoou os critérios de escolha, implantou e padronizou a preparação dos militares selecionados para o desempenho do cargo e atualizou a doutrina, permitindo que o adjunto de comando deixasse de ser mais uma função e se tornasse uma ferramenta de relevância efetiva, respeitada e consultada na unidade.
Atualmente, a maturidade da função é nítida não apenas na forma como o adjunto de comando está associado ao espírito de corpo da organização militar, mas principalmente na maneira como este militar influencia positivamente na gestão do pessoal, na administração das rotinas de trabalho e no moral da tropa.
O amadurecimento da função reflete, ainda, o fortalecimento do papel do graduado mais antigo como referência moral, técnica e disciplinar, capaz de representar com autoridade e sabedoria os anseios das praças, sem perder de vista o comprometimento com as decisões, diretrizes e intenção do comando.
Com o passar do tempo, o adjunto de comando assumiu o papel de multiplicador dos valores militares e de facilitador da compreensão da intenção do comandante para os escalões subordinados, servindo também, como uma extensão da presença de seus comandantes. Sua importância transcende a simples função de assessoramento: ele passou a ser um vetor de unidade, um orientador de conduta e um espelho para a tropa. O sucesso de uma organização militar não depende apenas da eficiência operacional, mas também do grau de comprometimento e motivação de seus integrantes, aspectos nos quais o adjunto de comando exerce influência direta.
A atuação judiciosa e firme do adjunto de comando, confere equilíbrio emocional e profissional às praças, sendo aquele que observa o detalhe, percebe o desânimo, identifica e corrige comportamentos e reforça os valores militares no dia a dia da unidade. Transformou-se na voz experiente que orienta sem impor, aconselha sem constranger e, principalmente, representa o vínculo seguro entre o comandante e o soldado.
Nas atividades do dia a dia, o adjunto de comando passou a ser um dos principais assessores do comandante nos assuntos relacionados à vida e ao bem-estar das praças, atuando em temas sensíveis como motivação, disciplina, instrução e moral. Sua presença permite que o comandante tenha uma visão realista e próxima da tropa, permitindo-lhe adotar medidas mais humanas e eficazes.
Além disso, o adjunto de comando exerce papel pedagógico, sendo um dos responsáveis pela continuidade da formação e orientação dos sargentos mais modernos, contribuindo para a manutenção dos padrões de conduta e profissionalismo que caracterizam o Exército Brasileiro. Sua vivência acumulada em anos de serviço e em diversas funções o habilita a transmitir ensinamentos que não se aprendem nos manuais: a prática da liderança pela experiência e pelo exemplo.
Enquanto o comandante exerce o comando baseado em sua autoridade e estratégia, o adjunto de comando aplica sua liderança pelo contato direto, pela empatia e pela legitimidade conquistada no convívio diário. Essa parceria, quando bem consolidada, gera um ambiente de confiança mútua, coesão institucional e excelência na execução das missões, influenciando positivamente o ambiente organizacional.
Dez anos após o primeiro Estágio de Preparação para o Cargo de Adjunto de Comando, o Exército Brasileiro colhe hoje os frutos de uma iniciativa visionária. O cargo consolidou-se como instrumento essencial de coesão, assessoramento e liderança. Os adjuntos de comando tornaram-se referência para a tropa, desempenhando papel decisivo na manutenção da eficiência, da disciplina e do moral nas organizações militares.
O futuro, todavia, traz novos desafios. Como a função seguirá evoluindo sem perder sua essência? Como obter maiores resultados do trabalho realizado pelo adjunto de comando dentro das diversas estruturas da Instituição?
Essas respostas dependem da capacidade da Instituição em refletir sobre o passado, compreender o presente e planejar o futuro. Uma década foi suficiente para consolidar o cargo. Que a próxima seja dedicada a aperfeiçoar o seu papel, expandir sua influência e reafirmar, no seio da Força Terrestre, a certeza de que o adjunto de comando continuará sendo um dos guardiões da ética, dos valores e das tradições do Exército Brasileiro.
Integrantes do 1º Estágio de Preparação para o Cargo de Adjunto de Comando - 2015
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