No Exército Brasileiro (EB), o Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de Oficial-General desempenha uma função de extrema confiança, discrição e responsabilidade, oferecendo suporte direto a oficiais-generais nos diferentes níveis hierárquicos: General de Brigada, General de Divisão e General de Exército. Sua missão é garantir que o oficial-general possa focar em decisões estratégicas e de liderança, sem se preocupar com tarefas administrativas, operacionais ou logísticas, permitindo uma gestão eficiente e segura das operações militares. Embora exista uma diferença entre o auxiliar e o adjunto de comando, ambos ocupam papéis essenciais na hierarquia militar, e cada um possui características e atribuições específicas.
Atribuições Aux EMP por Nível de Generalato
1. Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de General de Brigada
O general de brigada, responsável por grandes unidades, como brigadas ou cargos de alto nível destinados ao posto de general de brigada, precisa de suporte para tarefas que envolvem o comando direto e o planejamento tático. As atribuições do auxiliar nesse nível, por não disponibilizarem de um oficial superior, na função de assistente, incluem dentre outras diversas missões, a:
Organização de agenda e compromissos: Gerir a agenda do general, marcando reuniões com comandantes subordinados e visitas a unidades.
Suporte logístico: Coordenar o transporte, segurança e outras atividades logísticas que garantam a movimentação eficiente do general.
Gestão de comunicações: Intermediar o contato entre o general de brigada e as unidades sob seu comando, assegurando que ordens sejam transmitidas corretamente e que os subordinados estejam bem informados.
2. Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de General de Divisão
O general de divisão comanda uma divisão ou região militar ou exerce cargos administrativos de alto nível com atribuições mais complexas e de maior envergadura. As funções do auxiliar nesse nível são:
Geralmente as funções do auxiliar de general de divisão repetem as funções do auxiliar de general de brigada, ficando mais dedicado com a parte pessoal do oficial-general, pois normalmente um general de divisão já tem a seu dispor um oficial superior para a função de assistente e, nesses casos, o auxiliar, que compartilha as funções com o assistente, na:
Preparação de relatórios táticos e estratégicos: Auxiliar na análise e elaboração de relatórios detalhados sobre operações em andamento e de planejamento futuro.
Coordenação de reuniões e interações institucionais: Facilitar a interação entre o general e outros oficiais de nível hierárquico superior e organismos externos ao Exército.
Assessoramento contínuo: Fornecer informações relevantes ao general de divisão em tempo hábil, garantindo que ele esteja ciente dos desdobramentos das operações e pronto para tomar decisões estratégicas.
3. Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de General de Exército
O general de exército está no topo da hierarquia militar e dedica-se mais à parte estratégica da Força. O auxiliar nesse nível apoia o comandante nas questões pessoais e de gestão e auxilia os assistentes nas diversas atribuições de alto nível e com questões sensíveis e informações confidenciais, como:
Gestão de informações confidenciais: Lidar com dados e decisões estratégicas de grande importância, garantindo o sigilo necessário para proteger as operações militares.
Planejamento de operações: Auxiliar no planejamento e organização de operações militares de alta complexidade, que envolvem diferentes forças e recursos.
Suporte em decisões estratégicas: Preparar relatórios e estudos sobre cenários militares e geopolíticos que ajudam o general de exército a tomar decisões informadas e alinhadas com os interesses nacionais.
Empregabilidade
O cargo de Auxiliar de Estado-Maior Pessoal de Oficial-General é previsto para o oficial do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), podendo ser ocupado, a critério do Oficial-General, por subtenentes (ST) e, atualmente, os sargentos também ocupam esse cargo, fruto da competência de cada um em tarefas administrativas, operacionais e logísticas. O processo de seleção para essa função é criterioso, uma vez que envolve contato direto com um dos níveis mais altos da hierarquia militar e lida com informações confidenciais e decisões críticas, por ser um cargo de confiança do oficial-general. A empregabilidade desses auxiliares se estende tanto em tempos de paz quanto de guerra. Em tempos de paz, eles garantem o funcionamento eficiente da rotina administrativa e operacional do oficial-general. Em tempos de guerra ou crise, o auxiliar desempenha um papel ainda mais crucial ao auxiliar na coordenação de operações militares complexas e no fluxo adequado de informações estratégicas.
Discrição
A discrição é uma das qualidades mais importantes para o Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de oficial-general. Devido à natureza sigilosa das informações com as quais lida diariamente, que podem incluir decisões estratégicas, movimentação de tropas, negociações diplomáticas e questões internas, o auxiliar deve ser absolutamente confiável. Qualquer indiscrição pode comprometer não apenas a missão, mas também a segurança do general e de toda a operação militar. Assim, o auxiliar deve manter o mais alto padrão de sigilo e confidencialidade, seja em operações de rotina ou em situações de crise.
Comparação com o Adjunto de Comando
Embora as funções do Auxiliar do Estado-Maior Pessoal e do Adjunto de Comando compartilhem semelhanças em termos de confiança e proximidade com os altos escalões militares, suas atribuições diferem significativamente em foco e objetivo. Em resumo, enquanto o Auxiliar do Estado-Maior Pessoal se concentra em apoiar o comandante nas questões pessoais e de gestão, o Adjunto de Comando está mais envolvido na execução e coordenação de operações táticas. Ambos os papéis são cruciais e complementares, porém, suas atribuições e focos são distintos, refletindo diferentes aspectos da liderança militar.
Auxiliar do Estado-Maior Pessoal: Focado em apoiar diretamente o oficial-general em suas funções administrativas, operacionais e logísticas. Lida com a organização da agenda, reuniões, coordenação de informações e planejamento de operações em conjunto com os assistentes, dependendo da disponibilidade de oficial superior na função de assistente. Está diretamente ligado à execução de tarefas pessoais e estratégicas do general, sendo um cargo que envolve principalmente tarefas de apoio técnico-administrativo. Assessora a autoridade em assuntos de natureza pessoal ou em áreas funcionais específicas. São oficiais escolhidos pelo oficial-general para servirem como auxiliares ou exercerem aquelas atividades que ele deseja coordenar e administrar diretamente, sem interferência do Chefe do Estado-Maior.
Adjunto de Comando: Embora também seja uma função de confiança, o adjunto de comando tem um papel mais voltado ao bem-estar da tropa e à mediação entre o comando e os subordinados e atualmente apoia, cumulativamente, na área administrativa. Sua principal função é aconselhar o comandante sobre questões relacionadas à moral, disciplina, necessidades da tropa e até questões administrativas, mas sempre com foco no cuidado e na comunicação com os subordinados. Esse papel é fundamental para a manutenção da harmonia e eficiência dentro das unidades. Ao atuar como intermediário, o adjunto de comando facilita a comunicação na cadeia de comando, permitindo que as demandas e preocupações de ambos os lados sejam ouvidas e tratadas de forma eficaz. Essa intermediação não apenas ajuda na resolução de conflitos, mas também promove um ambiente de trabalho mais colaborativo, onde todos se sentem valorizados e engajados. Além disso, um clima organizacional saudável pode resultar em maior produtividade e satisfação entre os membros da equipe. Portanto, a atuação do adjunto de comando é crucial para o sucesso da organização como um todo diante de situações que poderão se apresentar com ações precipitadas, de abordagens superficiais, de percepções imediatistas e contextualizadas em ambientes informacionais conturbados.
Conclusão
O Auxiliar do Estado-Maior Pessoal de Oficial-General no Exército Brasileiro é uma peça fundamental para garantir que os generais possam se concentrar na liderança e nas decisões estratégicas. Suas atribuições variam e ficam a critério e decisão do oficial-general. Comparado ao Adjunto de Comando, que foca no bem-estar da tropa e no apoio direto aos subordinados, o auxiliar está mais voltado ao apoio direto ao comando em nível estratégico. Ambos desempenham papéis complementares, garantindo a eficiência da estrutura militar, desde o Alto-Comando até a linha de frente, e de nada adianta a existência de militares possuidores de várias expertises se faltarem valores fundamentais muito bem consolidados em suas personalidades, alinhados com a Política e Diretriz Estratégica de Ética Profissional e de Liderança Militar do Exército Brasileiro. O grande desafio para esses dois cargos é deixar de lado as vaidades pessoais em detrimento dos interesses da Força e ter uma conduta ética e moral irrepreensível. Portanto, a parceria entre o Auxiliar do Estado-Maior Pessoal e o Adjunto de Comando não apenas fortalece a estrutura organizacional do Exército, mas também contribui para a construção de um ambiente de trabalho que valoriza a ética, a lealdade e o respeito mútuo, assegurando que a Força esteja sempre pronta para enfrentar os novos desafios com os mesmos valores.
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