Quando, em dezembro de 2020, a Marinha do Brasil concluiu a sua participação na Força-Tarefa Marítima da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), no Líbano, era como se tivesse se encerrado um ciclo de participações brasileiras em Operações de Paz (OP) sob a égide das Nações Unidas. Este ciclo teve início em 2004, com a criação da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), na qual o Brasil foi, por mais de 13 anos, o país que mais contribuiu com tropas e também manteve por todo este período a liderança militar da missão. Nestes quase 20 anos desde a criação da MINUSTAH até a retirada da Fragata brasileira da UNIFIL, as Forças Armadas Brasileiras, e o Exército Brasileiro em particular, desenvolveram grande experiência em diversos aspectos de uma OP. Dois Centros de Preparação (o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil - CCOPAB e o Centro de Operações de Paz de Caráter Naval - COpPazNav) foram criados e pode-se dizer que o Brasil se inscreveu no campo das OP como referência tática, operacional e doutrinária.
Os especialistas civis têm desempenhado funções cada vez mais importantes nas operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas isso nem sempre foi assim.
Os últimos acontecimentos no Leste Europeu e o recente conflito bélico desencadeado evidenciam a necessidade, para qualquer Estado, de manter suas Forças Armadas em permanente condição de emprego, com capacidades compatíveis para cumprirem suas missões precípuas de defender o território, o povo e a nação. Distantes do teatro de operações europeu, brasileiros observam e analisam o conflito, colhendo ensinamentos táticos, logísticos, tecnológicos, entre outros, ao mesmo tempo em que aguardam a urgente solução da contenda, seja por meio da diplomacia ou, ainda, pela ação de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
No período de 28 de março a 7 de abril de 2022, será realizada a nona edição do Exercício VIKING, uma plataforma de treinamento projetada para preparar militares, policiais e civis, e copresidido pelas Forças Armadas da Suécia e pela Academia Folke Bernadotte. A atividade é baseada em uma abordagem de amplo espectro, com foco na cooperação entre relevantes atores em Operações de Paz e Gerenciamento de Crise Internacional no contexto de um exercício multidimensional, multifuncional e multinacional.
Na década de 1960, Marshall McLuhan, teórico da comunicação e visionário da internet, cunhou a expressão “nós moldamos nossas ferramentas e nossas ferramentas nos moldam”. Naquele momento, o filósofo e pioneiro de estudos culturais não fazia ideia da influência das mídias sociais para a comunicação na era da informação. Se McLuhan estivesse entre nós, poderia verificar que duas de suas definições se concretizaram: que a “aldeia global1” realmente está conectada pelo “meio que é a mensagem”.
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