Adquirir capacidades militares e manter forças armadas aprestadas custa muito caro, sobre isso não há que discutir. Todavia, a história mostra que um conflito evitado pela dissuasão proporcionada pelas capacidades militares, mesmo tão dispendiosas, é muito mais barato que uma guerra ganha e incomparavelmente menos custoso que uma guerra perdida.
Diante do atual quadro do país, muitos brasileiros devem ter se perguntado esta questão: o Brasil conseguirá superar os seus desafios? Com a complexidade do mundo contemporâneo, a velocidade das informações, o poder exercido pelas redes sociais e a propagação das Fake News, responder esse questionamento não é simples. Para isso, este artigo revisita o papel exercido pela geopolítica ao longo da história brasileira, analisando-a desde sua origem até os dias atuais.
Recentemente, o Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEx) organizou um Workshop para discutir os desafios e as oportunidades de uma possível geopolítica da Amazônia. O ensaio a seguir sintetiza os principais pontos da palestra desse pesquisador – vinculado à área de Geopolítica e Estratégias Militares do Núcleo de Estudos Prospectivos (NEP) – o qual proferiu uma apresentação sobre o tema em apreço sob o enfoque da “Crise Ambiental, Desafios Diplomáticos e ‘Novas’ Ameaças”.
O presente ensaio visa a registrar impressões percebidas durante o workshop cujo título faz referência, realizado pelo Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEx), no dia 18 de setembro de 2019, acrescentado de algumas ideias do autor sobre as questões de defesa e segurança na Amazônia.
“Geopolítica é a arte de aplicar o poder aos Espaços Geográficos”
Carlos de Meira Mattos
A frase do General Meira Mattos sintetiza o objeto da Geopolítica: a arte de aplicar o poder aos espaços geográficos. De saída, peço ao leitor que tenha a Amazônia em mente ao considerar o “espaço geográfico”, na leitura deste artigo. Já quando pensar sobre o “poder” constante na definição de Meira Mattos, considere que este pode ser aplicado aos espaços geográficos de várias formas: ser exercido por intermédio da política; ser imposto pela força das armas; ser demonstrado pela força das imposições econômicas, ou mesmo, pela força da cultura, da propaganda, das correntes majoritárias de pensamento.