Um traço do emprego militar em países em desenvolvimento, como é o caso na América do Sul, é o envolvimento das Forças Armadas em atividades “multimissão”. Diferentemente do padrão OTAN, as missões dos exércitos dessa região envolvem, além do preparo para a guerra, o apoio ao desenvolvimento nacional, bem como o suporte às diversas políticas públicas. De fato, para esses países, a ideia de guerra e não guerra é uma realidade muito anterior ao surgimento do neologismo “guerra de amplo espectro”.
Apesar de nos últimos anos o Brasil ter apresentado um crescimento econômico pouco expressivo, a abundância de recursos como energia, alimentos e matérias-primas é fator que contribui para um crescimento sustentado. Entretanto, nos anos de 2007 e 2008, a capacidade militar brasileira para defesa de suas riquezas estava em níveis muito baixos. Com um efetivo de cerca de 300.000 militares, as Forças Armadas eram praticamente estáticas e apresentavam dificuldades de manutenção do material obsoleto e de falta de treinamento adequado de seus quadros1.
Em 1º de junho de 1780, na cidade alemã de Magdeburg, veio ao mundo o mais célebre teórico da guerra do mundo contemporâneo Von Clausewitz. Entre os acontecimentos mais importantes da época, um teve influência fulcral em sua vida e seu modo de pensar: o império de Napoleão Bonaparte. Não à toa, o estrategista prussiano carregou para si traços e características marcantes do imperador francês.