A partir da aproximação entre Brasil e Argentina, no início dos anos 1980, boa parte das preocupações militares se voltaram para a Amazônia. Dois motivos podem ser apontados para o fato de a região amazônica passar a ser uma prioridade estratégica, cada um relacionado a uma natureza distinta: a) preocupações de ordem geopolítica, relativas ao aumento da pressão internacional sobre os países amazônicos – revestidas de uma narrativa ecológica (ambiental), mas percebida pelos militares como uma forma de cobiça sobre os recursos naturais daquela região; e b) preocupações de ordem securitária, no tocante à presença de grupos armados junto à fronteira, especialmente com a Colômbia, e o risco de transbordamento para o Brasil. O ataque ao Destacamento do Exército Brasileiro situado no rio Traíra, ocorrido em 1991, envolvendo grupos armados colombianos teria sido um sinal importante para a mudança da natureza das ameaças na região. A simbiose entre grupos armados e o crime organizado, impulsionada pela utilização de rios que cortam a bacia amazônica para o narcotráfico internacional, tornou essa ameaça ainda mais relevante.
O litoral brasileiro possui cerca de 7.300 km de extensão. Esse extenso litoral, aliado à posição geográfica, confere ao País um importante destaque geopolítico e estratégico. O Oceano Atlântico, que banha todo o litoral brasileiro, possui imensa biodiversidade marinha, grande capacidade econômica gerada pela pesca e pelo turismo, além da riqueza produzida pelas camadas do pré-sal existentes na plataforma continental, ocupando uma faixa de aproximadamente 800 quilômetros de comprimento ao longo do litoral brasileiro. Cabe destacar que as principais capitais brasileiras encontram-se a 200 km da faixa litorânea brasileira, e que 95% das exportações brasileiras em peso e 70% em valor são realizadas pelo mar.
O presente artigo busca promover uma reflexão sobre a importância do exercício constante da resiliência para a carreira militar, em especial para a dos subtenentes e sargentos do Exército Brasileiro, por serem os que se encontram mais próximos das atividades que requerem execução (o dever fazer) nos seus diversos níveis.
50 anos. Meio século. É esse o tempo que separa o início histórico do presente glorioso de uma das mais respeitadas e bem-sucedidas instituições de ensino do País: o Colégio Militar de Manaus (CMM). Fundado em 2 de agosto de 1971 como uma escola para filhos de militares, logo abriu suas portas a alunos provenientes de famílias civis para que também pudessem experienciar a educação no âmbito do Exército e despertar com maior veemência o espírito de patriotismo. Este é o objetivo maior do renomado colégio: proporcionar ensino de qualidade e formação completa ao discente, incorporando-lhe os principais valores que o conduzam a um futuro brilhante.
Ao ingressar no 1º ano do Curso de Formação e Graduação de Sargentos (CFGS) para um período inicial de 44 semanas, o então aluno, repleto de expectativas a respeito dos desafios que o aguardam, inicia sua jornada tendo suas primeiras experiências na vida “verde-oliva”. São nos estabelecimentos de ensino de corpo de tropa, isto é, em uma das 13 unidades escolares tecnológicas do Exército (UETE), que os instruendos serão preparados na dimensão do Ensino Básico Militar, fazendo a transição da vida civil para a vida da caserna.